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    Elon Não Acredita Na Morte
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Elon Não Acredita Na Morte

    À procura

    por Francisco Russo

    O avanço das tecnologias digitais não apenas permitiu a inclusão ao cinema mundo afora, graças ao barateamento dos equipamentos necessários, como também gerou uma situação curiosa: projetos que poderiam render bons curtas-metragens se tornaram longas, não propriamente pela necessidade da história mas pela viabilidade técnica e financeira que isto fosse feito. Este é o caso de Elon Não Acredita na Morte, um filme até interessante mas que não se sustenta como longa-metragem.

    Dirigido pelo premiado Ricardo Alves Jr., dos curtas Tremor e Convite para Jantar com o Camarada Stalin, Elon... parte de uma boa premissa: um homem está à procura de sua esposa, que sumiu misteriosamente. Estabelecido como filme de mistério, sem que o personagem principal nem o público saibam o que aconteceu com ela, tem início então uma intensa busca por seu paradeiro.

    Com muita câmera na mão e explorando bastante a escuridão, o filme se sustenta basicamente na peregrinação de seu personagem-título, interpretado de forma intensa por Rômulo Braga. Pelo seu modo de agir é possível deduzir o temperamento difícil e genioso, e até mesmo levantar questionamentos de que ela teria fugido em decorrência de problemas conjugais. Além do clima intrínseco de tensão pela busca sem pistas, o roteiro se destaca também por de certa forma quebrar expectativas, plantando pistas falsas que nem sempre são perceptíveis de imediato.

    Se a direção de Ricardo Alves Jr. é competente ao construir um clima envolvente em torno da procura de Elon, o filme aos poucos se transforma em um exercício de paciência devido à ausência de novos elementos narrativos - é daí que surge a constatação de que, para esta história, 74 minutos é tempo demais! Repleto de sequências gratuitas sem qualquer repercussão, como as estreladas por Lourenço Mutarelli e Grace Passô, a trama é esticada ao máximo sem que haja motivo para tanto. Fosse mais enxuto, talvez um curta-metragem em torno de 25 minutos, seria a melhor opção.

    Filme visto no 49º Festival de Brasília, em setembro de 2016.

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