A diretora possui um estilo único dentro do cinema brasileiro. Sua cartilha de mise en scène é simplíssima: planos de conjunto para filmar vários personagens, close-ups nos rostos, luz natural, pequenos diálogos a dois ou a três para conduzir a trama. Não existem grandes reviravoltas nem metáforas mirabolantes. Ao mesmo tempo, estamos distantes do registro documental da câmera na mão, livre, seguindo personagens como se não conhecesse o destino deles. Toda escolha de imagem possui um propósito, de uma transparência impressionante.
A curiosidade neste caso consiste em ver tamanha limpidez aplicada a temas complexos como a mortalidade, a identidade, o feminismo, o papel da tecnologia nos relacionamentos. Bodanzky transforma o material digno de filme-tese num improvável feel good movie sobre sucessivas catástrofes na vida de Rosa (), mulher que briga com o marido pouco participativo, perd
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