"Grave" O longa francês que fala sobre descoberta e sexualidade com uma abordagem metaforicamente visceral, o desejo e descobrimento pela carne em "Grave" é literal. A película conta a historia de uma jovem vegetariana que após passar por um trote da faculdade começa a ter desejos por carne, de preferencia, humana. O roteiro em uma primeira olhada parece simples, mas o mesmo possui muitas camadas e diferentes interpretações, alguns verão um filme de zumbi em um espectro reduzido, outros verão um filme de terror sobre canibais, outros um filme adolescente sobre vampiros, nenhuma interpretação é 100% errada, mas "Grave" não é um filme de gênero, ele se volta mais para um drama sobre juventude e descoberta, eu posso não gostar do caminho que o longa vai a partir do terceiro ato, mas é indiscutível que seu argumento é ótimo. Com uma fotografia extremamente azulada, e uma câmera na mão, tecnicamente, "Grave" é bom, se utiliza as vezes de câmera subjetiva, não exagera no Gore, é um filme pesado mas sem ser forçado, sua violência é completamente orgânica, seu ritmo pode pesar um pouco, mas é compensada pelas magnificas atuações de Garace Marillier e Ella Rumpf, que se entregam e vivem suas personagens intensamente, alem de uma boa trilha sonora, que combina e da um charme especial ao longa. Podemos dizer que o primeiro filme da promissora diretora francesa Julia Ducournau é um filme de terror, de zumbis, um filme sobre malefícios da hereditariedade, sobre família, sobre descoberta sexual, é um filme de múltiplas interpretações que passa longe da perfeição mas agarra o mérito de ser um ótimo filme.