o cinema nacional voltando a lotar as salas de cinemas pra ver um filme de qualidade, e esse retorno não poderia ser de uma maneira melhor, retratando a historia de ascensão e queda de um dos maiores ícones da televisão brasileira dos anos 80, o Bozo, ou melhor, o Bingo, já que o longa não conseguiu os direitos autorais, é um ótimo filme, com ótimas atuações e uma direção de primeiríssimo nível, escrachado. critico, surreal, dramático e divertido, "Bingo- o reis das manhas" é uma nostalgia de qualidade, alem de ser uma biografia da televisão brasileira dos anos 80. Com um roteiro linear e biobibliográfico, o grande pecado do roteiro, é desenvolver muitas tramas e concluir poucas delas, o filme poderia ter mais uns 20 minutos, em alguns momentos parecem que falta ritmo e no final parece que faltou historia, e esse é o grande pecado do filme, a gente cansa mas fica com a plena sensação que viu o resumo do resumo da historia de Bingo. Tecnicamente o filme é esplendido. Daniel Rezende, passeia com sua camera, faz traveling, faz planos fechados, desfocamento, closes e lindos planos aéreos, e até câmera subjetiva ele usa, ele mais do que apenas filma uma historia, ele dá pontos de vistas de sua obra que compoe um todo, alem disso, um fotografia clara, um ótimo uso da iluminação, que consegue fazer a tela brilhar nos grandes momentos de Bingo e escurecer nos seus momentos baixos, tudo isso alinhado a uma boa trilha sonora, com muito rock nacional e uma montagem competente, mas que não encanta, já que a montagem seja o aspecto mais observável do filme visto o histórico de seu diretor. Vladimir Brichta dá um show de atuação, não apenas travestido de Bingo, mas nos seus momentos calmos, de reflexão, de depressão, de pura queda, desespero e angustia, sua performasse é notável e não cai o nível. Daniel Rezende, foi montador de grandes filmes como; Cidade de Deus, Tropa De Elite, Arvore da Vida....e tambem já trabalhou com grandes diretores e grandes atores, e finalmente faz sua estreia na direção, é um bom nome, e é bom ficarmos de olho nele, talvez seja a volta do cinema nacional de qualidade nas grandes telonas.