Jacqueline Kennedy foi uma primeira-dama das mais expressivas da história. Bonita, ícone da moda, generosa, e que teve sua vida recheada de tragédias. Teve uma filha natimorta, e outro que morreu dias depois do nascimento. Um dos momentos mais trágicos e marcantes de sua vida foi o assassinato de seu marido, o então presidente John F. Kennedy, em Dallas, no ano de 1963. Quem nunca havia visto o vídeo onde JFK e Jackie estavam numa carreata em uma avenida, quando um atirador disparou contra o crânio do presidente? O filme retrata basicamente os dias seguintes a este evento, mostrando a reação de Jackie ao que acontecia, assim como os preparativos para o funeral e a angústia da primeira-dama que via sua vida desmoronar naquele momento. O filme é praticamente todo em flashback a partir de uma entrevista que Jackie deu a um repórter americano poucos dias depois do assassinato de Kennedy. Apesar de um elenco excepcional, onde evidentemente Natalie Portman dá um show (um Oscar seria bem merecido), há ainda de se destacar as participações de Peter Sarsgaard como Bobby, irmão e braço direito de JFK, e John Hurt como um padre, no que acredito tenha sido seu último papel antes de sua morte. Apesar da história interessante, que conta passagens marcantes da história americana, o filme tem um ritmo bem arrastado, e o exagero de closes me incomodou um pouco. Uns 60% do filme são em closes de Jackie e outros personagens, como que querendo mostrar uma proximidade forçada ao público. E embora tenha inúmeras qualidades como filme biográfico, é um filme maçante, que vale a pena ser visto, mas que não chega a causar grande empatia. Apesar de todos os ingredientes para ser um filmaço, o filme peca pela frieza dada em seu acabamento, que ao invés de aproximar os personagens do espectador, só os distancia. O resultado é uma obra irregular, sobre uma mulher que parecia ter tudo e que após mais uma tragédia pessoal se mantém, ou tenta se manter firme.