Livro famoso e sucesso de vendas muitas vezes sua versão para o cinema acaba escorregando e decepciona.
No caso aqui de A GAROTA NO TREM, temos 3 mulheres que se engalfinham nas teias de 3 homens.
Até chegar aos meandros do verdadeiro suspense a trama se esmera em dissecar a vida sofrida da personagem principal Raquel, em atuação convincente de EMILY BLUNT, que está separada do marido, sem rumo profissional, morando de favor com amiga, e pior, tudo consequência de sua voraz sede pelo álcool, que a transforma num pária social.
Tudo o que tinha de valor e de amor foi arruinado pelo seu vicio.
Para dar um painel da vida atual de Raquel, o filme muda de fases e mostra sua vida anterior em vários flashbacks.
Sofre ao ver a felicidade de seu ex-marido, que casou de novo e tem uma nova esposa, e procura achar um rumo para sua vida, mas envereda por algo que vai lhe causar mais sofrimento e transtornos terríveis.
Bem realizado, mas exagera nas tintas nas lágrimas sofridas de Raquel, e as outras duas personagens femininas são pouco testadas, mas se adiciona um certo charme, temperado com erotismo da babá, vivida por HALEY BENNET, e que tem muitos segredos escondidos do passado e presente.
Sobra melodrama, mas falta certo traquejo de espirito policial e suspense, neste alcóolico e melancólico mundo de Raquel e seu trem, que tudo vê e pressente, quando não sofre seus lapsos de memória, que afundam sua vida a transformando num fantasma de si mesma.
Os personagens masculinos são fracos e mal formulados e todos com muita vilania ou suspeitos de algo ruim, pois o mundo aqui é feminino e elas sofrem, mas no fim dão o adequado troco.
Está mais para suspense meloso do que para suspense psicológico que teve como ótimo exemplar GAROTA EXEMPLAR - desculpe a cacofonia - tendo a direção do ótimo DAVID FINCHER e não como este aqui, o ainda incorreto e titubeante TATE TAYLOR.
Se beber evite andar de trem pois poderá ver muita coisa que lhe será prejudicial.