O filme “Maudie: Sua Vida e Arte”, dirigido por Aisling Walsh, é uma cinebiografia sobre a artista plástica canadense Maud Lewis (Sally Hawkins), que, por boa parte de sua vida, viveu numa situação de extrema pobreza, até que seu trabalho foi descoberto, nos anos 60.
O roteiro escrito por Sherry White nos mostra que a revelação de Maud como a grande pintora que ela foi veio quase que por acaso, uma vez que ela vivia uma vida regrada, quase que em confinamento, ao lado do marido Everett (Ethan Hawke), numa pequena casa localizada no meio de uma estrada.
Isso é sintomático de quem Maud foi: uma mulher que passou a vida sofrendo com os efeitos da artrite reumatoide e que teve a sua própria vontade relegada, por boa parte do tempo, pelo cuidado excessivo e hipocrisia de seus familiares. Até mesmo seu casamento foi marcado por muita turbulência.
Por isso mesmo, o despertar artístico de Maud vem ao mesmo tempo em que ela e Everett encontram uma forma de fazer o relacionamento deles funcionar, do jeito deles, com respeito, tolerância e, por quê não, amor. Acompanhar essas transformações é um dos pontos positivos de “Maudie: Sua Vida e Arte”. As ótimas atuações de Sally Hawkins e Ethan Hawke são um bônus!