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    Casadentro
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Casadentro

    E daí?

    por Renato Hermsdorff

    Difícil defender esse longa-metragem de estreia da diretor peruana Joanna Lombardi Pollarolo (escrito e dirigido por ela) como uma obra cinematográfica. Casadentro conta um episódio da vida de  Pilar, uma senhora que vive tranquilamente em uma província do país sul-americano, ao lado da amiga Consuelo, da empregada Milagros e da cadelinha Tuna.

    Um belo dia (esse deveria ser o ponto de virada), ela recebe uma ligação da filha, avisando que vai visitá-la em seu aniversário, acompanhada de uma entourage que compreende a filha da filha com a filha (ou seja, a neta com a bisneta de Pilar), além do marido da neta. O encontro, mesmo que relâmpago, muda a rotina da casa.

    Sempre com a câmera estática, no sentido de não interferir (ou interferir o mínimo possível) na visão do espectador, a primeira parte tem uma função bem didática de apresentar o dia a dia da casa, filmado em cômodos diferentes.

    Só meia hora depois dessa apresentação, que está mais para um reality show do que para uma obra de ficção, acontece a tal ligação telefônica. O filme entrega o que a sinopse promete: a mudança da rotina. Um exemplo? A cadelinha Tuna agora tem que permanecer presa, para não correr o risco de acordar o bebê.

    O tempo é o tempo da ação, o silêncio é filmado e a utilização do recurso (tempos mortos) em si, como conceito, não é (não deveria) ser um problema para a apreciação do filme.

    A questão central é que, com conflitos fracos (a natureza das relações é tão sutil, que o embate chega a ser quase nulo) e imagens (cinematografia) bem convencionais, a condução da obra imprime uma sensação de "e daí?"

    A despeito de algum aparente e velado desgaste anterior (do passado) nas relações desses personagens (ou seja, alguma emoção!), fica difícil defender o interesse público pela vida de quem passa por Casadentro.

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