Tatuagem
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4,2
229 notas

19 Críticas do usuário

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Dog Salino
Dog Salino

9 seguidores 5 críticas Seguir usuário

4,5
Enviada em 18 de dezembro de 2013
Completamente inovador, puro e fundamental a quem gosta de cinema. A qualidade das imagens não é das melhores, mas a proposta é magnifica. Em uma geração em que tudo no cinema novo é tratado com pudor ou como comédia esdruxula, Tatuagem vem mostrar o que há de mais lindo em uma relação: a ligação. A sexualidade aqui não é sequer comentada.
Na Recife que sofre com a Ditadura Militar, um pequeno grupo de teatro (Chão de Estrelas) traz um respiro de arte subversiva. Nada é como deveria ser. Clécio, líder da trupe, tem um relacionamento com a complicada Paulete. Tudo parece lindo, com esse mundo sem regras e na filosofia de amor livre. Até a visita de Fininha (cunhado de Paulete), um jovem do exercito. Rapidamente Clécio se apaixona e tudo começa a complicar para a Trupe, para Paulete e para ambos. Papéis se invertem e a Liberdade tão proclamada passa a não fazer muito sentido.
Com tudo isso, a chance de errar é muito grande, mas Hilton Lacerda (Capitães de Areia), não se permite, escolhe seu elenco a dedo. Encabeçado por Irandhir Santos, que faz um Clécio humano em plena transição, por Gabriel Garcia que nos mostra uma Paulete estelar. No maior estilo "Diva" e por Jesuíta Barbosa, que mostra seu Fininha transitando entre o sonho do "Chão de Estrelas" e vida nada fácil no quartel.
Tatuagem é sem dúvidas, um dos melhores lançamentos do ano mesmo com pouca qualidade técnica. Somente pela linguagem, pela proposta e pela postura. Há cenas de nu frontal, há sexo entre homens, há a "dança do cu", mas tudo faz parte do mundo da Trupe e da vida de seus personagens. Nada é exagerado, nada é forçado. Sutil e fundamental definiriam muito bem Tatuagem.
Taiani M.
Taiani M.

39 seguidores 17 críticas Seguir usuário

2,5
Enviada em 12 de dezembro de 2013
Belas atuações de Rodrigo Garcia, Irandhir Santos e Jesuita Barbosa num filme que erroneamente valoriza mais o c* que qualquer outra coisa. Vários temas interessantes preteridos em prol de uma piada exaustivamente repetida.
wellington m.
wellington m.

8 críticas Seguir usuário

4,5
Enviada em 12 de dezembro de 2013
Uma tatuagem marca o corpo de forma duradoura e não aparece do nada, pelo contrário, exige uma passagem de dor, mesmo que depois surja como efeito de prazer. Tão discutido em dias de valores e de direitos humanos, esse complexo corporal aprofunda certas cicatrizes no bom filme de Hilton Lacerda. Pode até ser clichê mostrar o nu ou inferir deboche aos valores burgueses pelo militarismo, pela religião ou pela família tradicional; o importante é perceber que a discussão não sai de "moda", ao contrário, parece mais necessária do que nunca, basta observar e ouvir as tendências conservadoras que parecem gritar do fundo de seus buracos vazios e autoritários. O sistema está aí e deixa entrever que ditaduras são sempre bem vindas. Isso me faz recorrer ao excelente "Ensaio sobre a Cegueira", quando Saramago mostra que nunca é tarde, em tempos atuais, saber que um grande olho branco paira atento sobre tudo e todos. E só ver os chamados regimes tradicionais políticos, sejam de direita ou não. O que se pode ver, enfim, na marca que se faz no corpo é o direito de pintá-lo ou exibi-lo sem a deformação inoperante do autoritarismo. Por isso, vejo "Tatuagem" como uma grande metáfora da desforra que precisa ser impressa em tempos que parecem sombrios. Todo cuidado é pouco.
Gabriel V.
Gabriel V.

28 seguidores 3 críticas Seguir usuário

3,0
Enviada em 8 de dezembro de 2013
Tatuagem definitivamente não é um filme para conservadores, não é um filme para mim, mas não tiro alguns dos seus méritos. Bons atores, bom roteiro, boa fotografia, blá blá blá.

Através de uma ótica da esquerda o diretor Hilton Lacerda aproveita para colocar no hall do deboche a tradição, a família, o autoritarismo, o militarismo e o cristianismo, de uma vez só.
Não tiro o direito dele, mas, deboche por deboche eu também tenho dos meus.
Eu poderia rir sobre o paradoxal impacto questionador e subversivo de um filme supostamente com valores anti-establishment com financiamento estatal (R$ 2.200.000), mas não quero me pautar nisso. Só quero provocar! Desculpe Hilton, você está mais para establishment do que para anti-establishment.

O filme respira modas burguesas da esquerda caviar metida a popular, debulha sobre a política do corpo Foucaultiana (esse pensador tão prestigiado nos meios uspianos), fala sobre a libertação através do sexo, etc.

Toda essa aura "modernete" é representada no "Chão de Estrelas", um grupo de artistas fictício que realiza shows repletos de deboche e com cenas de nudez e que, como bem analisou Roger Lerina do Zero Hora, não passa de uma mistura de tropicalismo de Hélio Oiticica, o Teatro Oficina dionisíaco de Zé Celso Martinez Corrêa, a ripongagem dos Novos Baianos, o cinema de guerrilha em Super-8, o despudor crítico do grupo teatral Dzi Croquettes, o filme A Lira do Delírio (1978), de Walter Lima Júnior, enfim, tudo isso.

É uma piração Oswaldiana, carnavalesca, infantil, celebra a negação dos valores, o sexo e a preguiça como chaves para um mundo de felicidade plena, em oposição a toda aquela parafernália civilizacional da tradição, que é fundada no recalque (veja as cenas das velhas, repare no tom de morbidez) e na repressão (nada como utilizar de militares que são homossexuais enrustidos).

Não vou me alongar sobre a infantilidade disso. Estaria mudando o foco. E, por incrível que pareça, não estou nervoso! EU ATÉ DEI NOTA 3 PARA O FILME! Obs: Mania de achar que conservadores estão sempre emburrados.
Mas chamar esse filme de ousado! Sério? Por que mostra pintos? Isso, na verdade, é um baita de um clichê! E desde quando, no cinema, tratar velinhas conservadoras com escárnio é algo novo? 1960? 1970?
Isso é uma baita de uma mimese repetida no cinema há uns 40 anos.
Esse filme seria ousado em outra época, não na nossa!
Hudson D.
Hudson D.

16 seguidores 3 críticas Seguir usuário

4,0
Enviada em 4 de dezembro de 2013
O filme Tatuagem constrói a veracidade sobre o cotidiano de artistas desconhecidos em uma das capitais do nordeste do Brasil, no ano de 1978, uma época de "caça às bruxas", que era a repressão a toda e qualquer forma de demonstração de liberdades individuais; ademais, através da "linha-dura", no Brasil, o regime militar (1964 - 1985) impedia qualquer forma de oposição. Em virtude disso, é preciso assistir a ele para apreciar as cenas que explanam a verdade nua e crua, literalmente, do que era oculto ou mascarado na sociedade pernambucana. Portanto, a medida que o filme é um autêntico "tapa na cara" contra o falso moralismo de vários tipos de corpos sociais, há a demonstração de liberdade da busca do viver em simplicidade com graça e reverência.
Jocélio S.
Jocélio S.

7 seguidores 27 críticas Seguir usuário

4,0
Enviada em 30 de novembro de 2013
Muito bom, vale a pena conferir, mas vá preparado para ver cenas fortes. Tem um mix de tudo, humor, sacarsmo, erotismo, poesia, enfim, uma dose de profissionalismo e entrega total por parte de todos os atores...
Talles D.
Talles D.

3 seguidores 18 críticas Seguir usuário

2,5
Enviada em 21 de novembro de 2013
Pelas críticas, pensei que fosse ser um filme denso, com diálogos profundos. Mas não é. O filme é raso, embora pretenda ser diferente. Achei o texto vazio. Tem algumas cenas bonitas, sobretudo quando a camera é alterada para um "tipo retrô". Não sei como fala. A atuação dos dois personagens principais é excelente, mas a do "Fininho" é fraca. Dá para passar o tempo, mas não recomendo se tiver outras opções!!!
anônimo
Um visitante
2,0
Enviada em 20 de novembro de 2013
O filme foi elogiadíssimo e ganhou diversos prêmios, mas achei o filme chato e demorado em diversas cenas supérfluas, como as dos shows do cabaré, e que não tinham relação direta com o que é “vendido” na sinopse do filme (o romance entre um ator e um jovem militar). É por essas e outras, que eu realmente não posso me considerar um cinéfilo…
Phelipe V.
Phelipe V.

507 seguidores 204 críticas Seguir usuário

3,5
Enviada em 16 de novembro de 2013
Há uma pretensão narrativa em Tatuagem que é pouco alcançada ao longo do filme, e como bem disse o comentário abaixo: o filme seria perfeito se fosse tão bom quanto o marketing em torno dele. Não que o longa pernambucano deixe pontas soltas ou tem algum defeito na história, não é isso. O problema, pelo menos comigo, está no que diz respeito ao espírito contraventor que Hilton Lacerda quer imprimir em seu filme, de tal forma, que, certas coisas soam equivocadas, ou exageradas; colocadas na tela apenas para dar o choque em sua plateia. É evidente que esse amor à arte contraventora caminhe de mãos dadas com a desordem e o caos visual, visto que o filme conta a história de um grupo performático no meio da ditadura militar, mas, dado o anseio de criar um retrato que sirva como um pequeno pedaço de anarquia em meio a tanta repressão, tudo isso soa um tanto quanto inoportuno, e até deslocado.

Talvez essa impressão seja causada por causa do cineasta nunca se decidir qual história quer realmente contar: se a desse grupo teatral, ou a história de amor entre Clécio e Fininha, que, mesmo que seja desenvolvida de uma forma muito sutil e convincente - o jogo de sedução entre os dois dura apenas duas cenas e é mais do que suficiente pra pontuar o fascínio que um adquire pelo outro -, acaba ficando de lado em diversos momentos uma vez que o roteiro, possivelmente por querer intensificar o caráter transgressor do conjunto liderado pelo personagem de Irandhir Santos, parece ter receio de focalizar o casal e deixar os coadjuvantes de lado.

Esse casal, que aliás, é muito bem interpretado por Irandhir e Jesuíta, ambos em perfeita sintonia, é o responsável por manter a atenção ao filme sempre ligada. Tanto na iminência do encontro, quanto anos depois, a história de amor não perde o fulgor e faz um contraponto interessante com todo aquele universo que habita ao redor dos dois. Como na cena que justifica o nome do filme, que alterna com momentos divertidos de uma das apresentações da trupe (apesar de ser extremamente desnecessária a inserção das cenas gravadas de forma amadora).

Poucas vezes eu vi um filme que exaltasse tanto a homossexualidade, num sentido bastante positivo. Tem de tudo ali, de uma personagem sensacional que, apesar de achar-se uma artista violadora das morais e bons costumes, é a verdadeira representação da inocência, até um número musical que exalta o sexo anal como fator que traz individualidade e coletividade ao ser ao mesmo tempo (tem cu, tem cu, tem cu). Dentro do Chão de Estrelas, o livre exercício do amor é algo tão natural, corriqueiro até, que parece até uma sociedade à parte. E um filme que consegue criar um universo de forma tão autêntica, definitivamente não é pra deixar de ser visto. Porque, apesar de todas as ressalvas com o desenvolvimento desse argumento principal, as intenções do filme são tão genuínas que é bem difícil desgostar de tudo aquilo.
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