Tim Maia era sinônimo de excessos. Polêmico, temperamental e desbocado ao extremo, era um personagem de si mesmo. Teve uma carreira de altos e baixos, uma vida repleta de contradições. Comeu o pão que o diabo amassou, e sobreviveu.
Foi um grande cantor, um gênio da música, o precursor do soul e do funk numa época em que o samba tinha território consagrado no país. E Mauro Lima soube dignificar sua obra com um belo filme, uma bela fotografia (que ganha cor à medida em que Tim chega ao auge); com cenas hilárias baseadas na personalidade ferina e descontrolada de Tim Maia e, especialmente, com a escolha acertada de Robson Nunes e Babu Santana, que se entregaram "furiosamente" e deram conta da interpretação.
Tim Maia foi dono de um humor inteligente, cáustico, exagerado. Sua sinceridade e intolerância com a mediocridade fez com que cultivasse muitos desafetos. E foi justamente essa personalidade forte e irreverente que marcou uma época e também a música popular brasileira.
Entrou em decadência, porém isso nunca desmereceu seu talento e sua potência musical.