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    Corações de Ferro
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Corações de Ferro

    Um novato na guerra

    por Francisco Russo

    Filmes sobre a Segunda Guerra Mundial são quase um subgênero dentro do cinema, e não é por acaso. Existe neles uma certa facilidade em contrapor mocinhos e bandidos, graças aos crimes humanitários cometidos pelos nazistas, que estão sempre presentes no imaginário coletivo. Em Corações de Ferro, o diretor e roteirista David Ayer utiliza esta informação prévia com moderação. Por mais que a Segunda Guerra Mundial traga de antemão tal ambientação, é no combate entre homens e seus reflexos psicológicos que ele está mais interessado. Especialmente no horror que a guerra traz.

    Não é à toa que o personagem principal do longa-metragem seja Norman (o competente Logan Lerman), um jovem recruta temente a Deus que cai de para-quedas no campo de batalha. Pouco habituado à realidade nua e crua, ele sente o baque e, aos poucos, constrói uma certa carcaça para sobreviver. Corações de Ferro acompanha todo este período de transição, da ingenuidade à constatação do quão dura é a vida – especialmente aquela vida. E, neste sentido, pouco importa o contexto da Segunda Guerra Mundial – poderia ser qualquer outra, sem dificuldade alguma. É a realidade da guerra que está em foco, qualquer uma onde haja combate corpo a corpo entre pessoas.

    Diante desta situação, o diretor constrói a transformação de Norman a partir de seus companheiros de tanque, os embrutecidos personagens de Brad Pitt, Shia LaBeoufMichael Pitt e Jon Bernthal. Por mais que cada um tenha peculiaridades próprias e necessidades distintas que muitas vezes os colocam em choque, há também a união típica de quem necessita de apoio para suportar tudo aquilo. Não apenas no campo de batalha, para derrotar o inimigo, mas também no lado emocional. A dinâmica desta tropa é o que há de mais interessante no longa-metragem, pelas questões levantadas a partir de situações absolutamente cotidianas em um cenário de guerra. Como você reagiria diante de tal situação?, o espectador pode se perguntar em vários momentos.

    Para dar o ar de veracidade necessário à esta história, David Ayer não poupa o espectador de algumas cenas fortes. A fotografia é acinzentada, muito barro nas estradas e nos corpos, sangue e pedaços de corpos aqui e ali. As batalhas com os tanques dão a vibração dos filmes de ação, graças especialmente à qualidade dos efeitos sonoros e o próprio balé dos tanques inimigos. Há um apuro técnico louvável na construção dos ambientes explorados ao longo da jornada retratada.

    No fim das contas, Corações de Ferro é um filme que deseja falar de pessoas em uma situação extrema. Por mais que traga cenas de guerra empolgantes e um roteiro bem construído, que derrapa um pouco apenas no final ao repetir o velho clichê do herói, é na personalidade de cada um que está dentro do tanque Fury que está o foco central. É neste ponto que brilham Brad Pitt e Shia LaBeouf, pela construção de personagens que, por mais que sejam empedernidos por fora, sentem como poucos tudo o que acontece. No caso de Pitt, é ainda mais interessante por seu personagem ser tão distante ao de outro militar recente por ele interpretado, o sádico tenente Aldo Raine de Bastardos Inglórios. Mais uma demonstração de que a idade, definitivamente, fez bem ao ator – tanto na escolha de projeto quanto na própria capacidade de atuação.

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    Comentários

    • DDuKI
      completamente equivocado esse seu argumento, o filme é otimo como foi e oq acontece em um contexto desses, quer historia feliz vai assistir desenho
    • Roberto Jorge Chaves Araujo
      Inteligentes? Duvido muito. Quem inteligente abriria duas frentes de batalha ao Ocidente e ao Oriente disseminando uma ideologia de superioridade sobre bilhões de pessoas? Na verdade desesperados e fantasiosos com uma visão triunfante de si próprios, mostraram cada vez mais crescentemente depois do piquenique nacionalista germânico. A produção do Reich foi na verdade dos fatos...Alemanha rachada. Suprema e simbólica queda. Os comunistas, as primeiras vítimas do nazismo, tomaram conta de um parte do território. Com a adesão de alemães Orientais. Se existe lixo na história, esse lixo é o nazismo e os nazistas.De acordo com estudo recente de jornalista alemão Hittler, os nazistas não tinham uma arma secreta, tinham uma droga secreta. Se empanturravam de anfetimnas ou algo assim para lutarem feito aloprados com o moral pra cima. Naquele momento de abril de 1945 e naquelas condições só tinham uma coisa: desespero sob o impacto terrível da Alemanha invadida. Hittler até teve mais sorte de muitos que ele condenou à morte em nome da superioridade ariana, seja lá o que diacho isso for. O covarde pode se matar antes que Zukhov - o mesmo comandante que derrotou os nazistas em Stalingrado e os colocou à disposição de Stalin para marchar sobre Moscou...como prisioneiros de guerra - pusesse as mão suas mãos nele. E ainda sugeriu que um povo que se aviltou por ele e seu partido não mereciam o nazismo.
    • Nilton Heck
      Horrível! Previsível, pretensioso, patriotada. Antes tivesse perdido meu tempo assistindo reprises da escolinha do prof. Raimundo. Como sempre, mostra os americanos praticamente indestrutíveis, o famoso dilema de consciência (soldado Norman), um roteiro sem pé nem cabeça, desfocado...
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