Eu vou ser direto: eu não gostei desse filme. Nem um pouco. E o primeiro problema que eu tive com ele foi o seguinte: eu me senti enganado. A franquia toda é baseada no fato de juntar vários astros de filme de ação dos anos 80 e 90 em um só filme. Todos os pôsteres do filme contêm todos os astros que nós queremos ver. Então, no meio do filme, eles resolvem dispensar todos esses astros a substituir por uns atores jovens com os quais eu não poderia me importar menos? Sério? Isso é uma trapaça, um golpe. E eu me senti ofendido.
Meu segundo problema com o filme foi a atuação. Santa Maria, mãe de Deus, a atuação desse filme é horrível! Tipo, absurdamente ruim. Ronda Rousey é durona, ela sabe lutar muito bem, mas ela não sabe atuar. Nem um pouco. Eu me sentia anojado cada vez que ela abria a boca para falar alguma coisa. E a péssima atuação não estava apenas no elenco jovem. Stallone também estava muito, muito ruim mesmo.
Outro enorme problema que eu tive com o filme foi a classificação, que passou de "R", ou seja, "menores de 17 requerem o acompanhamento dos pais", para PG-13, ou seja, "parte do conteúdo pode ser inapropriada para menores de 13 anos". E o meu problema não foi com a troca da classificação em si, pois "Duro de Matar 4.0" (2007) é um bom exemplo de um filme de uma franquia de ação que teve a sua classificação diminuída, mas continuou sendo bom. O problema foi a forma como a classificação foi diminuída, pois, em algumas cenas, fica explícito que esse era para ser um filme R, mas sempre que alguém está prestes a ser esfaqueado ou morto de forma violenta, a cena simplesmente corta. E quando alguém leva um tiro, ao invés de um sangue realista, eles colocaram aquelas nuvens vermelhas, sabe? Aqueles "pufs" de sangue.
E isso me leva a outra questão: a intenção inicial desses filmes era um retrocesso nostálgico para quem é fã dos filmes de ação dos anos 80 e 90. Então, por que adolescentes de menores de 13 anos se interessariam por esse filme, se eles nem eram nascidos nos anos 80 e 90? E o culpado disso tudo é o dinheiro. Alcançando uma demografia maior, a produtora ganha mais dinheiro, mas, ao mesmo tempo, joga pela janela toda a essência do filme.
Eu não fui muito fã do primeiro filme. E o segundo foi legal, mas nada mais que isso. E "Os Mercenários 3" continua com o problema mais irritante que os filmes anteriores tinham: ao invés de simplesmente fazerem personagens normais, esses atores fazem quase que paródias de seus trabalhos anteriores. Então, eles continuam citando frases clássicas dos seus outros filmes, mas parece tão forçado, que isso perdeu a graça muito rápido.
E os efeitos desse filme, meu Deus, eles eram horríveis! Quando o fundo computadorizado do seu filme, que foi lançado em 2014, é mais evidente do que nos filmes dos quais o seu devia nos lembrar, que foram lançados 20 ou 30 anos antes do seu,isso significa que você fez um péssimo trabalho.
A única qualidade desse filme foi, com certeza, Mel Gibson. Ele tinha as melhores falas, foi o melhor vilão de toda a franquia e, diferente dos atores à sua volta, ele não estava fazendo uma paródia de seus trabalhos anteriores, e sim um verdadeiro personagem. E quando um ator do calibre do Mel Gibson está rodeado de péssimos atores, é natural que sua atuação pareça melhor ainda. Então, ele brilhou muito mais do que os outros e roubou todas as cenas nas quais apareceu.
No final das contas, "Os Mercenários 3" não entregou nada do que prometeu e é pessimamente atuado, dirigido, escrito e executado. O único motivo pelo qual ele não recebe um zero é o Mel Gibson, que realmente fez com que esse filme não fosse um total desperdício do meu tempo, e é por isso que "Os Mercenários 3" recebe uma nota 1,5 de 5.
Depois de ver esse filme, eu descobri que o seu diretor, Patrick Hughes, dirigirá o remake americano de "Operação Invasão" (2011), e eu não vou nem falar a minha opinião a respeito disso.