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    Bob Esponja - Um Herói Fora D'Água
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Bob Esponja - Um Herói Fora D'Água

    Mais 'nonsense' do que engraçado

    por Renato Hermsdorff

    Depois de ganhar os cinemas em 2004 (sim, lá se vão mais de dez anos desde Bob Esponja - O Filme), o porífero mais amado da Fenda do Biquíni tropeça ao retornar para o formato em Bob Esponja - Um Herói Fora D'Água, com um roteiro rocambolesco e nonsense demais – até mesmo para os padrões lisérgicos do personagem.

    Escrito a oito mãos (incluindo as do criador da série original, Stephen Hillenburg, e do diretor Paul Tibbitt, responsável também pelo primeiro filme), a história começa como muitas das aventuras do Calça Quadrada: com o pequenino e ambicioso Plankton, o dono da lanchonete Balde de Lixo, incomodado com o sucesso do Siri Cascudo. Ele traça uma verdadeira estratégia de guerra para roubar a fórmula do hambúrguer de siri, base da alimentação da população da Fenda do Biquíni.

    Alguma coisa sai errado e a receita desaparece, deixando a uma vez pacata comunidade à beira do apocalipse. Porém, como se um vilão não fosse suficiente, o pirata Barba Burguer (Antonio Banderas, bem caricato), também tem interesse na fórmula, já que ele é dono de um food truck (ótima ideia!), que tem a iguaria como carro-chefe. E, ao lado dos inseparáveis Patrick, Lula Molusco, Sandy e do Sr. Sirigueijo, Esponja vai ter que unir forças com o Plankton para alcançar seus objetivos.

    Até aí, tudo bem. Mas, para além de um livro mágico que permite reescrever a história, a trama ainda envolve uma espécie de “fada-madrinha” golfinho e uma máquina de viagem no tempo que tiram o foco do propósito do grupo. O caldo transborda.

    Praticamente todo (vasto) material de divulgação do filme teve como chamariz o formato 3D dos personagens fora da água (daí o título), quando eles são transformados em super-heróis. Uma nova dimensão digna de crédito, já que as características principais da amalucada turma foram mantidas, tanto visualmente (com o uso de uma tecnologia de ponta), quanto dramaturgicamente (uma vez que a cada “herói” corresponde um poder que casa com a sua personalidade) – e a solução encontrada para a nova roupagem da Sandy é bem criativa. (A mistura com o universo live action já havia acontecido em outros momentos da série e também no longa anterior, mas sem toda a pompa de recursos possíveis hoje em dia).

    A transformação mesmo acontece apenas no terceiro ato do filme, todo focado em cenas de ação, no intuito claro de abraçar uma audiência mais jovem. Para as crianças, além do novo apelo visual, ainda há mensagens edificantes, sobretudo na aliança de Bob e Plankton, o que não deixa de ser um mérito. E, como dois terços da produção acontecem tendo como base o bom e velho 2D, como se fora um episódio longo, a opção deve agradar aos mais velhos.

    Porém, o resultado final é mais confuso do que engraçado. Mas, “como?”, deve estar se perguntando o fervoroso fã do invertebrado, que assistiu aos hilários trailers divulgados pela produção do filme. Esse é o problema, caro comedor de algodão doce. Praticamente todas as boas piadas foram usadas nos vídeos prévios. Para Um Herói Fora D'Água, só sobrou uma, já na resolução do filme, envolvendo uma “herança” para o Lula Molusco. (Hehe. Essa é boa mesmo).

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