Recentemente, os filmes do gênero terror vêm desagradando ao público apreciador. Os sustos são óbvios, as cenas não tão chocantes e os finais, principalmente, sem tempero ou lógica. No entanto, a franquia “Invocação do Mal”, que se iniciou com o primeiro filme em 2013, surpreendeu. Os dois filmes lançados (o mais recente em junho de 2016), agradaram ao público.
O início de Invocação do Mal (2013), repetido no outro filme , “Annabelle” (2014), revela um toque de suspense ao telespectador, ao mesmo tempo em que já se conecta com o outro (Annabelle). Apresenta, também, de forma natural, Ed Warren, investigador paranormal que aparece ao longo dos dois filmes da franquia, inclusive do primeiro. Um ponto importante, a apresentação natural dos personagens.
O formato da história não é muito original em relação a outras tramas do gênero. A família se muda para uma nova casa, assombrada, e as aparições começam a noite. No entanto, reflete um fato interessante: a família possui pouca fé, o que alimenta ainda mais a entidade demoníaca.
O final é brilhante. O exorcismo é muito bem trabalhado e realista. A cena a seguir, com a bruxa já incorporada em Carolyn (Lili Taylor), provoca reação ao telespectador. Há, ainda, o terror acontecendo em duas situações: com a Carolyn possuída, juntamente com Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Formiga), os investigadores que promoveram o exorcismo, e na casa da família de Lorraine, com a filha assombrada por um espírito maligno, mostrando, inclusive, a boneca Annabelle.
A ação na casa é explicada ao longo do filme, enriquecendo o enredo , já que a presença explica-se. A escolha das bruxas também aprovo, uma vez que sempre associa-se a bruxa a um personagem maligno.
O final compensa as cenas menos emocionantes, como as do início, com pouca movimentação (ao contrário do que é visto em “Invocação do Mal 2”). Isso revela a qualidade da produção. “Jessabelle” (2015), por exemplo, não é um filme completo por conta da precariedade do final, decepcionante; o filme se perde ao longo da trama. “Invocação do Mal”, por outro lado, empolgou.
O desafio para a atuação das crianças no segundo filme da franquia certamente rendeu maiores créditos ao elenco, uma vez que a principal protagonista é uma criança. Houve uma evolução no elenco. Não que o primeiro não seja digno de elogios. O destaque (positivo) irá para Vera Farmiga e Lili Taylor, que brilhantemente atuaram em seus papéis. Vera Formiga encarnou a exaustão de uma vida em contato com o paranormal, e deixou isso claro ao telespectador. Lili foi fantástica no desafio de interpretar a personagem quando possuída, ao encerramento do filme. Esperava-se uma maior ação do pai da família, interpretado por Ron Livingston, já que, durante a história, aparentemente é a mãe, Carolyn, que é o centro da proteção. Uma pequena falha, porém, o elenco no geral agrada muito.
“Invocação do Mal” mostra um excelente nível no quesito produção, e isso é bem mostrado na cena do exorcismo, como já dito, realista. A entidade é revelada de modo natural, nada forçado. Somam-se ás cenas de suspense e susto a excelente trilha sonora, digna de elogios. Essa contribuí para o susto e medo a quem assiste. É perfeitamente colocada durante as aparições. Dos filmes de terror que já assisti a trilha sonora melhor produzida foi a deste.
O cenário, porém, é um pouco clichê. É assustador, no entanto, é a velha história de uma casa no meio do nada e sombria. Típico de filmes de terror. Houve essa evolução no segundo filme, com uma família que, mesmo vivendo em um bairro URBANO e vizinhos á disposição, sofreu a influência do mal.
As poucas críticas negativas que tenho não tiram, de modo algum, da minha lista de favoritos. É um filme totalmente capaz de entreter ao bom amante do gênero de terror.