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    Muito Barulho Por Nada
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Muito Barulho Por Nada

    Tudo pelo diferente

    por Roberto Cunha

    O diretor e roteirista Joss Whedon conquistou os espectadores (e os estúdios) com Os Vingadores, o arrasa-quarteirões (literalmente) de 2012. Antes disso, um longa pouco conhecido e város trabalhos na TV, entre eles Buffy - A Caça-Vampiros (1996-2003). Agora, ele se apresenta nas salas escuras com a sua versão do clássico texto de William Shakespeare. Estranho? Pode até ser, mas não deixa ser curioso esse tal de Muito Barulho por Nada, baseado na comédia do famoso bardo inglês, já filmada outras vezes, como a versão de 1993, de Kenneth Branagh.

    N

    este Much ado about nothing (título original) de agora, um nobre governador e sua filha Hero recebem a visita de um amigo, que retorna de uma "batalha", acompanhado do irmão rebelde e dois oficiais, Benedick e Claudio. Este último cai de amores pela bela jovem, enquanto o primeiro, mais maduro, teima em não admitir que também é apaixonado por Beatrice, sobrinha do anfitrião e também cabeça dura nas questões do amor. Enquanto rolam os preparativos para o casamentos dos jovens pombinhos, o tal maninho do mal resolve plantar a semente da discórdia, forjando uma traição para gerar um escândalo em família. Ao mesmo tempo, o casal mais velho (e teimoso) acaba se tornando vítima de uma trama do bem, bolada pelos amigos para que, enfim, se aproximem.

    Aos desavisados, é importante avisar que a produção foi fiel ao texto, mantendo todo o linguajar rebuscado da época. E o que pode (e deve) causar estranheza nos primeiros momentos também pode se transformar em bossa mais adiante, uma vez que a trama vai se descortinando, fazendo com que o espectador vá pegando o "espírito da coisa", substituindo o passado pelo presente. E estão lá os temas que fizeram a cabeça de fãs (ou não) do autor, como o amor, traição, virgindade, fidelidade, honra, o hábito de espionar, conspirar... E essa pegada clássica de aventuras e desventuras das relações tem ainda um visual em preto e branco (mais clássico impossível), aliado dos poucos cenários, uma vez que essa releitura foi filmada com amigos e dentro da própria casa do diretor. Mas nada que comprometa, assim como os já citados diálogos, que são longos em algumas horas, porém devidamente compensados pelo humor, que até flerta com o pastelão.

    Sobre o riso, se ele não vir fácil, não será difícil manter um sorriso no rosto, diante de um elenco que pode não ser de estrelas, mas tem lá seu brilho frente as já citadas limitações do projeto. Dos rostos pouco conhecidos do grande público, estão lá Clark Gregg, o agente Coulson dos longas da Marvel, e Nathan Fillion, presente em Serenity - A Luta pelo Amanhã, estreia de Whedon no cinema. Fillion, conhecido pelo seriado Castle, dá uma roubadinha de cena ao encarnar um chefe de segurança muiiiito idiota. Completando o estilo one man show, o cineasta foi produtor e fez a trilha, que funciona legal. Legal também ver que a tal "atuaização" fez bom uso de elementos modernos, como celulares ou câmeras de segurança, para mover essa trama, que fala de algo que muitos já estão cansados de saber: todos são bobos diante do amor. Assim, o filme pode até não fazer muito barulho, mas tem tudo para agradar o espectador aberto para o diferente e capaz de ver que não terá sido por nada. ;)

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