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    O ABC da Morte
    Críticas AdoroCinema
    1,0
    Muito ruim
    O ABC da Morte

    Faltou o dever de casa

    por Roberto Cunha

    Uma das coisas mais legais de frequentar festivais de cinema é a possibilidade de entrar em contato com filmes que podem estrear logo logo ou títulos, que não chegarão nas salas escuras por várias razões. Com isso, a opção do espectador pode ser o prazer de assistir - primeiro que os amigos - um título aguardado, ou curtir obras com raras chances deles assistirem. O ABC da Morte é um filme com poucas chances de chegar no circuito e nas linhas seguintes você saberá o porquê. Vai encarar?

    Conduzido por 26 diretores, o longa é na verdade uma coletânea de curtas organizados (adivinha!) em ordem alfabética, com cada um deles iniciando com uma letra do alfabeto. As forçadas de barra para isso acontecer é o que menos incomoda no projeto que, como o nome já entrega, vai revelar as diferentes formas (e visões) de entrar em contato com a morte, quase sempre optando pelo humor. Não significa dizer que faltou criatividade, mas fazer rir não é tarefa fácil e quando a turma envolvida na empreitada é grande, como foi o caso, as chances não são pequenas de descambarem para um tipo de graça não necessariamente engraçada. E foi o que aconteceu.

    Os leitores que foram ratos de locadora na década de 80 podem lembrar do documentário clássico As Faces da Morte (1978), também chamado de Shockumentary, banido em vários países, entre eles, a Nova Zelândia, um dos países que divide essa produção de agora com os Estados Unidos. O filme antigo e suas sequências também abordavam o destino final, mas não tinha nada de engraçado. Pelo contrário, a razão de seu sucesso (acredite!) e da censura recebida eram bizarras imagens reais - e chocantes - de humanos e animais morrendo.

    Pelo menos, ninguém precisa se preocupar de ver cenas reais em O ABC da Morte (2012), mas não dá para dizer o mesmo sobre sair chocado. Boa parte dos curtas têm a clara intenção de chocar e fazer rir, usando e abusando de cenas violentas, sexualizadas e apelando também para a escatologia visando cumprir o objetivo. Alguns tem um tratamento visual interessante, outros nem tanto. Portanto, se o choque está garantido, o mesmo não se pode dizer sobre o riso, que pode chegar para alguns, mas vai faltar para outros. Para os que gostarem, a boa notícia é que uma sequência já está programada, e deve seguir com poucas chances de estreia, devido ao formato. Aos que não curtiram, resta a torcida para que a turma capriche mais no dever de casa e entregue algo mais próximo do coreano O Livro do Apocalipse (Doomsday Book), reunião de três médias bem interessantes, apresentado no Festival do Rio 2012.

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