Atividade Paranormal 3: Crítica AdoroCinema

É preciso ficar claro desde o início dessa leitura que não se trata de um texto escrito por um fã da franquia iniciada em 2009 com Atividade Paranormal. Contudo, é igualmente importante ressaltar, logo de cara, que este novo longa foi uma grata surpresa durante o Festival do Rio 2011. Agora, a trama se passa na época em que as duas protagonistas dos filmes anteriores eram crianças. A ideia dos produtores foi explorar a origem do fenômeno. Tudo começa, olha a ironia, na hora em que o pai delas filma uma transa dele com a esposa e uma misteriosa imagem coadjuvante aparece no registro, a mesma que, mais tarde, se revelará uma antagonista de peso nas gravações das câmeras instaladas na casa.

A filmadora acoplada num ventilador foi uma grande sacada e rende cenas de arrepiar. Curiosamente, esse ponto positivo revela um negativo para os mais exigentes porque algumas cenas, como a de sexo entre eles, existem cortes (edição) antes de começar o fenômeno. Mas para dar credibilidade e envolver o espectador, ela não deveria ser editada (picotada) e sim reproduzida num plano sequência, ou seja, sem cortes. Sem cair na armadilha de inserir humor de maneira exagerada (existem apenas dois pequenos momentos), o roteiro de Christopher Landon (Paranóia) funciona bem e não perde o foco. Pelo contrário, entre as poucas vezes que uma brincadeira bate ponto, duas envolvem mulheres (esposa e babá), o resultado foi ótimo. Uma outra é a citação de Gasparzinho (o fantasma camarada) em momento de desespero.

Entre os destaques, a cena do lençol é muito boa e a da cozinha também, assim como a sequência no banheiro, protagonizada por um amigo do pai e uma das filhas. A dica para entrar no clima, já que as câmeras registram quase sempre o mesmo quadro, é fazer o jogo dos sete erros e procurar algo de estranho nas imagens. Assim, um dos méritos desta produção é conseguir prender a atenção - e sustentar a tensão - do começo ao fim com sustos de qualidade. Alguns, inclusive, tem aquela "cara de antigamente", da época em que os filmes de suspense e terror funcionavam de verdade.