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    Branca de Neve e o Caçador
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Branca de Neve e o Caçador

    Diversão garantida

    por Roberto Cunha

    Hollywood não anda muito bem no quesito aproveitamento de roteiros e temos visto uma enxurrada de refilmagens, filmes com temas parecidos e, muitas vezes, o resultado dessa estratégia de produção não tem sido positivo. Branca de Neve e o Caçador vem nessa esteira, mas felizmente não é farinha do mesmo saco. Dirigido por Rupert Sanders, um estreante egresso da publicidade, o filme tem lá seus pecadilhos, mas enquanto entretenimento funciona que é uma beleza. Aliás, essa é o tema principal dessa trama movida por uma rainha obecada pela imortalidade, que insiste em não aceitar o envelhecimento e nutre pelos homens um ódio profundo. Ravenna (Charlize Theron) domina reinos no melhor estilo viúva negra e não mede esforços para que sua crueldade massacre os bons corações.

    Inspirado no clássico conto dos irmãos Grimm, já explorado de variadas maneiras, o roteiro faz uso de situações conhecidas das história, mas apresenta elas de maneira funcional e criativa. Foi assim dentro da Floresta Negra (com o pó alucinante), no lar das fadas (misto de A Lenda, Alice no País das Maravilhas e Avatar) e também na reviravolta existente na sequência da maçã. Na verdade, muitas dessas soluções representam pontos altos de um longa igualmente capaz de escorregar em clichês evitáveis, como um algoz que muda de lado e logo transforma sua vítima em pupila guerreira. Quando Branca de Neve (Kristen Stewart) e o caçador (Chris Hemsworth) estão juntos a força vai embora, menos pelas respectivas interpretações (compatíveis com os papéis) e mais pelo obviedade do roteiro, que ainda bem, oferece uma recompensa em vários momentos.

    Assim, prepare-se para ver boas cenas de ação, efeitos especiais de qualidade (atenção nas sequências dos corvos e guerreiros), boa edição e direção de arte (o mesmo de Deixe-me Entrar) e figurino caprichado (destaque para as roupas da rainha). E tudo isso devidamente "sonorizado" com a trilha do premiado e multindicado (só no Oscar foram oito) James Newton Howard, de Batman - O Cavaleiro das Trevas. Produzido pelos experientes Sam Mercer (O Sexto Sentido), Joe Roth (Alice no País das Maravilhas) e o novato Palak Patel, outro ponto alto são os anões, todos atores conhecidos (Bob Hoskins, Nick Frost, Ian McShane, Ray Winstone, Eddie Marsan e Toby Jones) devidamente modificados via computador para ficarem pequeninos. O humor deles, aliás, rende bem, assim como o insanidade de Ravenna encontra eco no talento de Theron. Para os que a acharem um pouco exagerada, o personagem original também é afetado. Quanto a Stewart, seu personagem chora demais, ela aparece de unhas sujas (legal!) e está longe de Crepúsculo, o que já é um ótimo sinal. De que a "bela" saiu a caça e não espera o "amanhecer". Boa versão do conto de fadas no cinema. Vale o ingresso.

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