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    Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado
    Críticas AdoroCinema
    5,0
    Obra-prima
    Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado

    MAIS DO QUE UMA LENDA URBANA

    por Roberto Cunha

    O cinema de horror oriental tem aos poucos conquistado o seu espaço no mercado e o mérito é todo dos cineastas daquela região do planeta. Com recursos limitados e criatividade em excesso, Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom, essa dupla aí de nome difícil, escreveu e dirigiu um filme pra lá de assustador.

    Contudo, vale uma lembrança oportuna: o fato de ser falado em tailandês com suas entonações peculiares pode incomodar os espectadores mais exigentes. Mas Espíritos - A Morte está ao seu Lado é filme de primeira linha no gênero. E se a espinha dorsal do roteiro tem como base o universo da fotografia, nada mais natural do que começar a história dentro de um quarto de revelação e já com uma trilha bastante envolvente.

    E assim você conhece o fotógrafo Tun (Ananda Everingham) e sua namorada Jane (Natthaweeranuch Thongmee), estudante de fotografia, que se envolvem num acidente violento e misterioso. O susto inicial e a sequência seguinte já dá uma deixa, mesmo para os mais leigos, de que vem algo sinistro pela frente.

    Fazendo bom uso da trilha e do som, os diretores aproveitam cada milímetro de película para deixar você totalmente absorvido pela trama macabra que vai se desenrolando e ganhando contornos realmente assustadores. Quem é amante do gênero deve lembrar de A Profecia, filme que ganha remake ainda em 2006, que usou de fotografias para deixar seus espectadores "ligados" na história.

    Descobrir imagens "adicionais" nas fotos é uma lenda urbana difundida no mundo inteiro, mas existem controvérsias sobre o assunto. O filme aborda exatamente essa questão. E impressiona bastante, fazendo uso de elementos extras deste universo como flashes, zumbidos do flash, reflexos, luzes e o gotejar da pia de revelação, etc. É bacana observar que momentos clichês, nas mãos de outros diretores ocidentais, acabam se mostrando muito interessantes por conta de pequenos detalhes realizados pela dupla oriental. Um bom exemplo seria o momento em que ele acredita estar falando pessoalmente com a namorada no quarto de revelação, o telefone toca, ele atende e é ela quem liga??!!! Impossível não se deixar envolver e viver o momento. É susto na certa.

    O filme usa e abusa de uma certa sensação de claustrofobia, seja pelos momentos no quarto escuro ou nas cenas de perseguição psicológica que os protagonistas vivenciam. Este é um dos pontos altos da trama porque você acaba fazendo parte dela queira ou não.

    E é curioso descobrir que é mais do que um filme de terror. É também uma história de um trágico amor e suas conseqüências numa sociedade acostumada a conviver com situações extremas como o suicídio, por exemplo. Impossível foi fugir do merchandising da Cannon, mas o da Polaroid é de arrepiar. E eles ainda encontraram tempo para inserir uma pequena pitada de humor negro na seqüência do banheiro com o travesti. Não faltou também a clássica puxada de cobertor na cama e a olhada para baixo dela para ver se tem alguém.

    Se você nunca se assustou com histórias como essa pode até não se deixar levar por Espíritos - A Morte está ao seu Lado, mas a sequência de Polaroids tiradas do protagonista e a cena final entram para o rol das mais aterrorizantes do cinema mundial. Isso, sem "sombra" de dúvida.

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