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    Tudo Pode Dar Certo
    Críticas AdoroCinema
    5,0
    Obra-prima
    Tudo Pode Dar Certo

    CINEMA É A MAIOR DIVERSÃO

    por Roberto Cunha

    Algumas coisas não mudam nunca e, em alguns casos, ainda bem. Se você está entre os cinéfilos que sempre curtiram os filmes de Woody Allen e os personagens neuróticos, pode se preparar. E quem integra a turma que nunca foi muito com a cara do cineasta deveria fazer o mesmo, até porque ele não participa do filme. A afirmativa se comprova, inclusive, no inusitado início com o protagonista provocando a curiosidade ao afirmar para os personagens em cena que tem gente (espectadores) atrás da tela. É a quarta parede da dramaturgia? É a "interatividade/genialidade" de Allen ao seu dispor.

    Na história, Boris (Larry David) é um hipocondríaco, mau humorado profissional, muito inteligente e, principalmente, alguém que duvida da vida em todos os sentidos. Até o dia em que ele conhece a jovem Melodie (Evan Rachel Wood), que como uma música ouvida pela manhã, se aloja em seu cérebro e, quando ele se dá conta, está inserida em sua desgraçada rotina. Tendo como pano de fundo este improvável romance entre um coroa manco e careca, e uma loira, cuja beleza é inversamente proporcional a sua inteligência, Tudo Pode Dar Certo investe nos erros das pessoas quando o assunto é relacionamento. Assim, o roteiro sai destilando através do velho rabugento (que se diz sem desejo de nada) toda a "fúria" contida nas frustrações amorosas ou não.

    A força do longa (óbvio) está nos diálogos rápidos, cheios de sacadas, críticas à sociedade e seus preconceitos. E não faltarão as tradicionais, mas bem encaixadas, piadas sobre cor de pele, judeus, armas, Deus, holocausto, prêmios Nobel e Oscar, música, acampamentos e até controle de natalidade. Mas o amor, sua efemeridade e a longevidade, parece ser a principal vítima. E o filme impregnado de Allen abre ainda uma "janela" divertida para falar de homossexualismo e suicídio. Com trilha sonora no estilo já tradicional do diretor, o elenco todo está perfeito e o destaque vai para a dupla David e Wood, brilhantes e hilários em cena. Diz o ditado que se conselho fosse bom não seria dado, seria vendido. Além de achar o dito popular capitalista ao extremo, diria que se você procura diversão neste, ou em qualquer outro fim de semana, Tudo Pode Dar Certo.

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