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    Se Beber, Não Case!
    Críticas AdoroCinema
    4,5
    Ótimo
    Se Beber, Não Case!

    SE SENTAR NA POLTRONA, DIVIRTA-SE!

    por Roberto Cunha

    Sucesso absoluto de bilheteria nos Estados Unidos, a comédia Se Beber, Não Case! é um destes fenômenos difíceis de explicar, mas que vez por outra acontecem. Foi assim com Casamento Grego e deve se repetir com outro título no futuro. Contudo, cabe o rápido alerta de que os dois filmes têm mérito e justificam o sucesso. O que espanta é o tamanho do êxito. Com a narrativa invertida, começa no presente com uma ligação telefônica para uma noiva preocupada e volta dois dias atrás para contar a confusão em que quatro amigos se meteram durante uma despedida de solteiro em Las Vegas, a cidade do pecado.

    Estrelado pelos nada famosos Bradley Cooper (Ele Não Está Tão a Fim de Você), Ed Helms (Uma Noite no Museu), Zach Galifianakis (Jogo de Amor em Las Vegas) e Justin Bartha (Totalmente Apaixonados), o filme é muito bem humorado e faz rir, curtindo com vários clichês da sociedade e do cinema. Mas aviso aos mais sensíveis: preparem-se para algumas doses de humor negro. Doug (Bartha) vai casar e seus amigos Phil (Cooper) e Stu (Helms), acompanhados do cunhado Alan (Galifianakis), o levam para Vegas e se hospedam no tradicional Ceasar Palace. O objetivo, claro, é abusar da diversão. Mas alguma coisa acontece e os caras acordam no dia seguinte sem a menor idéia do que rolou na madrugada. E o pior: o noivo está desaparecido. Com esta premissa nas mãos, o roteiro abusa do nonsense na reconstituição das últimas horas vividas por eles. E o resultado é um desatino cinematográfico.

    É quando começa um festival de loucuras com direito a tigre no banheiro, galinha no quarto, dentista com um dente desaparecido, bebê com mãe desconhecida, enfim, uma zona total se descortina para eles. Alan é um caso a parte e é dele que partem as maiores pirações, inclusive, a razão pela qual eles se metem nesta roubada. Stu, o dentista, também rende momentos hilários sem o dente e com os diálogos sobre sua namorada "mandona" e suas peripécias amorosas. E se você achava que era pouco, tem ainda um japonês mafioso que tira onda com o "jeito oriental" de falar no cinema e, claro, Mike Tyson fazendo uma longa participação além do knock out já revelado no trailer. Com um ritmo que não chega a ser frenético, mas não deixa a peteca cair, Se Beber, Não Case! é daqueles filmes que você fica pensando "aonde isso vai dar", lembrando um pouco as criações do diretor Guy Ritchie como Snatch, Porcos e Diamantes. Entre as curiosidades, o resgate do rap pop "Who Let The Dogs Out?" (The Baha Men), dando o tom do que vem pela frente logo no início do filme.

    Assim, a trilha sonora é eclética e tempera bem as situações inusitadas. E não levante da poltrona antes dos créditos finais. As fotos mostradas são de puro mal gosto, mas podem render risadas aos montes para a galera mais relaxadas com o politicamente incorreto. O diretor e roteirista Todd Phillips não é novo no negócio e de bobo, só seus personagens, porque já flertou com filmes carregados de protagonistas como fez com Dias Incríveis e Caindo na Estrada. Mas o grande barato deste filme é não contar com ninguém conhecido (Heather Graham fez ponta) e conseguir prender o espectador do começo ao fim. Com um título alusivo ao álcool era de se esperar um comédia etílica, mas "a ressaca" (título original em inglês) é muito maior do que uma dor de cabeça que não passa ou aquele gosto de cabo de guarda chuva na boca. Se Beber, Não Case! é comédia, suspense, é verborrágico e tem doses de ação. Uma verdadeira ode à Las Vegas, cidade onde o que acontece por lá, fica por lá. Vale a passagem. Quer dizer, o ingresso.

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    Comentários

    • Muriel Maia
      O filme é interessante, dinâmico e engraçado, mas 4 estrelas e meia é um pouco demais, pois o filme também não é nenhuma obra-prima, mas cumpre a sua principal função, que é divertir. Daria umas 3 estrelas e meia
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