O diretor Martin Scorsese ficou famoso por aqueles filmes de máfia e suspense pesadíssimos e, em sua maioria, com o Robert de Niro. O último filme nesse estilo que ele fez que eu realmente gostei foi "Os Infiltrados", que inclusive, ganhou o Oscar de Melhor Filme em 2007. Fez "Ilha do Medo", um excelente filme de suspense, "A Invenção de Hugo Cabret", para agradar o público infantil, e agora vem na veia mais cômica, mais exagerada e mais escrachada da sua carreira de diretor com "O Lobo de Wall Street".
O Leonardo DiCaprio faz aqui o papel do Jordan Belfort, que se torna corretor de valores em uma empresa de Wall Street, recebendo um conselho do seu chefe para viver uma vida de muita droga, muito sexo e muito, muito dinheiro. Ao ir trabalhar numa corretoria de ações em Long Island, Jordan faz amizade com Donnie, um vizinho gorducho, e abre sua própria empresa junto com ele e um bando de traficantes de drogas. Começa então a faturar bilhões e a viver uma vida de muito sexo, muita, muita droga mesmo, de manhã até de noite, sem parar, cheirando muita cocaína e se envolvendo com corrupções na empresa.
O filme tem cenas absolutamente hilárias e impagáveis, e os atores, como era de se esperar, estão sensacionais; o Leonardo DiCaprio, como sempre, está ótimo, o Jonah Hill também, o Rob Reiner que faz o pai de Belfort está muito bom e o Matthew McConaughey, que faz uma pequena, mas significativa, participação no início, está espetacular.
Qual é o problema do filme, então? Simplesmente, ele é muito longo, como é típico dos filmes do Scorsese, mas é um longo exagerado e desnecessário. Não tinha necessidade de ele fazer um filme de 3 horas, onde há mais de cinco cenas de sexo e mais de cinco cenas de droga em cada uma. Então acaba o filme e seus olhos já estão cheios de ver gente cheirando pó, fazendo sexo dentro de um avião, dentro de um escritório, seja o que for. Não é que essas cenas não sejam boas, há cenas de sexo e de drogas que são ótimas, são hilárias e são oportunas; o problema é quando começa a passar do escrachado para o ridículo em determinadas cenas.
De qualquer maneira, meus parabéns para o elenco, principalmente. E boa sorte para o Scorsese nessa veia mais escrachada da carreira dele. Só espero que ele pegue um pouquinho só mais leve com a duração e com o exagero nas próximas produções dele.