Adaptações para o cinema de trilogias literárias são (na maioria das vezes) garantia de sucesso. Lançada originalmente em 1995, A Bússola de Ouro inicia uma série de fantasia e aventura com ares épicos, pegando carona em outros filmes do gênero que bombaram no cinema no começo do século XXI. Basta ter dinheiro, e A Bússola de Ouro custou um bocado. Como não fez o sucesso esperado (longe disso), é incerto, mas esse primeiro capítulo tem méritos bastante positivos em estabelecer personagens e apresentar um mundo que, sem dúvida, é riquíssimo e atraente. O enredo, nada original, é mais uma vez sobre o bem contra o mal, a liberdade contra a opressão. Uma bússola de ouro com poderes especiais é o centro das atenções, uma arma contra o governo totalitarista, e somente uma jovem garota tem o poder de interpretá-la. Claro que o ponto alto do filme são os efeitos visuais, a cereja do bolo, nesse caso, são os ursos polares, que ficaram ótimos visualmente e em termos de movimentação também. Já o excesso de bichinhos computadorizados atrapalhou um pouco. Creio que a produção deveria ter tido menos preguiça e utilizar mais animais verdadeiros, o que seria mais interessante e traria menos distrações. Enfim, A Bússola de Ouro foi produzido para ser um clássico, mas ficou alguns passos aquém desse objetivo. Um entretenimento bastante razoável, e nada excepcional.