Indicado ao Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional, “A Semente do Fruto Sagrado”, longa dirigido e escrito por Mohammad Rasoulof, tem como pano de fundo protestos políticos a nível nacional que aconteceram em Teerã, capital do Irã que vive sob a égide de um governo representante da República Islâmica.
A história enfoca como esses acontecimentos acabam afetando a vida de uma família - formada pelo pai Iman (Missagh Zareh), pela mãe Najmeh (Soheila Golestani) e pelas filhas adolescentes Sana (Setareh Maleki) e Rezvan (Mahsa Rostami).
Iman ascendeu profissionalmente recentemente, passando a ocupar a posição de Investigador, que antecede, justamente, a sua maior ambição profissional: ser juiz de instrução do Tribunal Revolucionário do Teerã.
O diretor e roteirista Mohammad Rasoulof nos leva à intimidade desta família, na forma como a violência os atinge proximamente e, principalmente, com a preocupação da mãe com a posição que seu marido exerce, em meio a tanta turbulência a nível nacional.
Quando a arma de Iman some misteriosamente, a desconfiança e a paranoia dele levam a repressão para dentro de seu próprio lar. Ao ver seu projeto pessoal e de poder ameaçado, Iman se torna capaz de trazer limitações e proibições para o seio de sua própria casa.
“A Semente do Fruto Sagrado” acaba sendo uma importante crônica sobre como, num país que tem como marca a opressão às mulheres, muitas vezes, é por meio das mãos femininas que as mudanças que se fazem necessárias são implementadas. O que ocorre na casa de Iman é somente um reflexo da efervescência que se via nas ruas de Teerã.