A showrunner de True Detective: Terra Noturna justifica a grande diferença em relação às outras temporadas do aclamado suspense policial da HBO
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

O plano original era usar duas linhas do tempo na nova temporada de True Detective, mas percebeu tentador não mostrar o passado.

Além dos pontos em comum que True Detective: Terra Noturna tem com o restante do aclamado drama policial da HBO, há uma diferença gritante em relação às outras temporadas: com exceção de alguns flashbacks (como o que abre o terceiro episódio), a trama parece permanecer nos primeiros dias do inverno escuro como breu no Alasca durante todo o tempo.

No entanto, o plano original nem sempre foi assim. Isso foi compartilhado por Issa López, showrunner e roteirista principal desta 4ª temporada, que reconheceu que, a princípio, eles iriam brincar com várias linhas do tempo para mostrar tanto o caso do desaparecimento de Annie quanto o dos cientistas na estação de Tsalal.

Dessa forma, eles adotariam outra característica marcante da série: com exceção da 2ª temporada, tanto a 1ª quanto a 3ª se estendem por várias décadas. No final, porém, a ideia foi descartada, disse ela ao THR:

"Eu brinquei com a ideia de vermos o antigo crime de seis anos atrás. Mas, no final, achei que isso não acrescentaria nada à história que eu estava contando, exceto muitas dores de cabeça com a maquiagem".

Além disso, a possibilidade de não utilizar uma linha do tempo dupla ganhou força no processo criativo, "Havia algo saboroso em não conhecer o passado, não vê-lo e descobri-lo aos poucos", diz a roteirista, e que isso também lhe permitia brincar com a realidade: "o que realmente aconteceu, qual é a história real?".

De fato, o terceiro episódio é um bom exemplo disso, pois além do flashback, temos uma certa discrepância entre as versões do que aconteceu entre Navarro (Kali Reis) e Danvers (Jodie Foster). Algo que fascinou Lopez:

"Escrevi seis versões diferentes [de todo o enredo] e como revelo o que realmente acontece e filmamos. Depois, na edição, descobrimos que se mostrássemos isso, mas não aquilo, e não revelássemos isso até o final... na verdade, brincamos muito durante toda [a produção]. Há muitas maneiras de decidir a quantidade de informações que você mantém e a quantidade de informações que você dá. Foi um luxo que pude ter porque nos ancoramos no presente. Foi a decisão certa".

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