Cheio de violência e sexo – mas nada gratuito.

Quando falamos de filmes ambientados na Segunda Guerra Mundial, há vários exemplos que seguem, principalmente, o ponto de vista dos Estados Unidos. Mas há exceções, como Nada de Novo no Front, 1917 e o genial A Espiã.
Ambientado na Holanda durante o auge da ocupação nazista, A Espiã foi o primeiro filme de Paul Verhoeven após deixar Hollywood. Um thriller de guerra que, entre outras coisas, serviu como cartão de visitas para Carice Van Houten – a inesquecível Melisandre de Game of Thrones.
Com o toque de Verhoeven
Aqui, a atriz interpreta uma judia holandesa completamente ativa na luta contra os nazistas. Ela está disposta a fazer o que for preciso para sobreviver – incluindo dormir com o inimigo. Verhoeven mistura o sabor do cinema antigo a uma abordagem muito mais moderna, usando tanto o sexo quanto a violência a seu favor sem nunca parecer gratuito – embora talvez inesperado para espectadores não familiarizados com suas obras.

Além disso, o diretor teve muitos recursos em seu retorno à Holanda, já que A Espiã se tornou o filme mais caro da história do país. Tudo isso para construir um filme longe do front de batalha e reforçar ainda mais seu aspecto de espionagem, focando mais na aventura e no perigo do que no drama.
E não podemos esquecer do elenco, onde Carice está muito bem acompanhada. É impossível não destacar o trabalho de Sebastian Koch, que sabe brincar muito bem com a evolução que seu personagem mostra ao longo do filme. E, a propósito, há outra estrela de Game of Thrones aqui: Michiel Huisman (Daario Naharis) também tem um pequeno papel.
Apesar disso, é justo reconhecer que o filme foi um fracasso comercial na época: com um orçamento de US$ 21 milhões, o lucro de US$ 27 milhões parece muito pouco. Talvez seja por isso que Verhoeven levou incríveis 10 anos para lançar seu próximo trabalho, o excelente Elle.
A Espiã está na assinatura premium do Prime Video.