Críticas AdoroCinema
1,5
Ruim
Coincidências do Amor

Nem um sorriso...

por Lucas Salgado

Dos seis atores do elenco principal de “Friends” (Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matthew Perry, David Schwimmer e Matt LeBlanc), não há como negar que Aniston foi quem se deu melhor nos cinemas. A eterna Rachel teve ótimas participações em filmes como Como Enlouquecer Seu Chefe e Por um Sentido na Vida. Mas também não pode passar batido que, mesmo conseguindo continuar em evidência, a atriz tem fracassado na escolhas de seus projetos. Com exceção de Marley & Eu e Ele Não Está Tão a Fim de Você, Aniston não emplacou nenhum sucesso nos últimos anos, sendo que a razão do sucesso dos dois filmes mencionados não tem relação direta com a performance da atriz.

O que mais preocupa em relação à carreira da ex-sra. Brad Pitt não é o fato de optar por fazer filmes ruins, mas simplesmente por escolher sempre o mesmo tipo de filme (ruim, por sinal). O Amor Pede Passagem, O Amor Acontece, Caçador de Recompensas, Coincidências do Amor, é tudo farinha do mesmo saco: romances sem sal e comédias sem graça. A atriz acabou se tornando, ao lado de Katherine Heigl (Par Perfeito, A Verdade Nua e Crua e Vestida para Casar), sinônimo de péssimas comédias românticas, sendo absolutamente prejudicial ao gênero que elevou as carreiras de Julia Roberts e Meg Ryan.

Todo isso foi apenas para preparar vocês para uma constatação: Coincidências do Amor é um filme dispensável, que não funciona nem ao menos para entreter. Existe um modo muito fácil de se perceber se uma comédia é boa ou ruim, que é contar o número de gargalhadas que você dá durante a mesma. O problema aqui, no entanto, não é o pouco número de gargalhadas, mas o fato de que você terá de fazer muito esforço para simplesmente sorrir no filme. A falta de graça é a morte para qualquer comédia, o portanto o motivo do “falecimento” do longa em questão.

Kassie (Aniston) é uma mulher madura, bem sucedida, mas que nunca encontrou o homem ideal. Sonhando ser mãe, decide fazer uma produção independente. Wally (Jason Bateman), seu melhor amigo, é extremamente neurótico e não concorda com a ideia, que tem tudo para mudar para sempre as suas vidas.

A dinâmica entre Aniston e Bateman não é boa. Você só acredita que se tratam de melhores amigos porque o roteiro repete isso um milhão de vezes, falta química. Patrick Wilson, Jeff Goldblum e Juliette Lewis completam o elenco, também sem grande destaque.

Apesar do grandes nomes, o mais interessante do elenco é mesmo o jovem Thomas Robinson, que vive Sebastian, o fruto da complicada gravidez. A interpretação não tem nada de mais, mas ao menos o curioso personagem cumpre seu papel.

Sem oferecer nenhum atrativo no que diz respeito à trilha sonora, à fotografia e à todos os outros fatores que compõem uma produção audiovisual, The Switch (no original) é um filme destinado ao esquecimento. A torcida é para que pelo menos Jennifer Aniston não se esqueça deste novo fracasso e passe a dar um novo rumo à carreira.