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    Maria Bopp garante: #MeChamaDeBruna mostrará um novo olhar sobre Raquel Pacheco e a prostituição (Exclusivo)

    Série em oito episódios promete aprofundar não só a história de Bruna Surfistinha, mas o cotidiano das garotas de programa, seus dramas, suas contradições, sem jamais romantizar a profissão.

    No próximo dia 8, às 22 horas, o canal Fox 1 lançará a série #MeChamaDeBruna. Uma nova atração sobre a história de Bruna Surfistinha e, o que é mais importante, uma nova abordagem. Bem diferente daquela vista no filme estrelado por Deborah Secco e dirigido por Marcus Baldini. Sob o comando de Marcia Faria (Oscar Freire 279), #MeChamaDeBruna promete lançar um novo olhar sobre a prostituição e a história da mulher que inspirou a personagem, Raquel Pacheco.

    "É o que acontece na realidade", garante Maria Bopp, que dá vida à Bruna Surfistinha na nova série nacional. Em entrevista exclusiva ao AdoroCinema, a atriz de 25 anos destacou que uma das preocupações foi não romantizar a Bruna. Só assim, segundo ela, seria possível atingir o seu objetivo principal: dar visibilidade e respeito às garotas de programa.

    Violência, drama, arrependimento e outros subtemas cercam o tema principal de #MeChamaDeBruna. Maria Bopp fala sobre tudo isso ao diferenciar a série de Bruna Surfistinha, discutir o seu tom sombrio e pontuar a verdadeira relevância da produção. Confira:

    Preparação

    "A gente teve dois encontros com a Raquel Pacheco antes do início da série. Nós conversamos, eu cheguei a assistir ao filme... Mas, na verdade, apesar de a personagem ser inspirada na Raquel, esse projeto traz coisas que são minhas, coisas criadas num projeto de criação com a diretora, com o preparador de elenco... Então, assim: ela me ajudou, mas não participou ativamente da criação do personagem. E com a Deborah Secco eu não cheguei a conversar."

    Diferenças em relação ao filme

    "A série tem um olhar mais maduro e responsável sobre a prostituição. Acho que o fato de ter uma diretora mulher traz um olhar diferente — tira a prostituição do foco da glamourização e dos clientes e se preocupa mais com as mulheres nessa situação. A série também tem personagens coadjuvantes que têm mais força que no filme. Elas têm histórico, família, mais lugar de fala... E a série ainda mostra outros núcleos, isso diferencia."

    Empoderamento

    "Eu acho que a série está preocupada com a questão da mulher. Mas eu, Maria Bopp, não acredito na prostituição como empoderamento. Isso é um discurso mais palatável que acaba sendo incorporado pela mídia e outros setores da sociedade, de que a prostituição é uma profissão empoderadora pra mulher. Eu discordo. Acho que a Bruna Surfistinha acaba por cristalizar essa visão de que a prostituição é fácil, compensa e é algo bom. Não é dinheiro fácil, definitivamente. E a própria Raquel passou por muitas dificuldades, teve que abrir mão de muita coisa na vida — inclusive família — por ter assumido essa escolha. A série olha pra essa Bruna: que ela talvez não tenha gostado da escolha que fez. Ela não é uma vítima, mas a série também está interessada em mostrar o preço que ela pagou."

    Tabus

    "O tema é a prostituição, que é pano de fundo pra tudo. Discussões vêm atreladas a isso. A gente acompanha uma relação entre duas mulheres. Duas personagens coadjuvantes super interessantes, que têm uma relação de parceria e companheirismo. A série também tem cenas de abuso, estupro — que eu acho que precisa ser mostrado, a fim de não romantizar a profissão. As pessoas pensam que não existe estupro na prostituição simplesmente porque as mulhres estão lá pra isso, sabe? Mas não, isso acontece. Diariamente, na verdade, e isso é tratado na série em mais de um momento. A série também tem policiais corruptos, perseguição... enfim, outros núcleos. É uma série bem dramática."

    Estupro

    "É o que acontece na realidade. A Raquel falou que tinha cliente que não se importava nem um pouco com ela. Se ela tava cansada, se ela tava com fome, se tava doendo... Eles faziam o que queriam. Pagavam pela submissão. Por isso que, pra mim, prostituição não é uma profissão empoderadora. Eu também conversei com garotas de programa de uma casa no Rio de Janeiro, e muitas delas contaram histórias que seriam traumáticas pra mim dando risada, sorrindo. Claro que muitas mulheres contavam essas histórias de um jeito pesado, mas muitas contavam de um jeito leve. Existe essa contradição, e eu acho que isso também está na série. Outra coisa é que muitas cenas de sexo também apresentam um desconforto. Isso é bem presente em algumas delas."

    Coragem

    "O que eu mais gosto na personagem é que ela é muito corajosa. Ela enfrenta qualquer coisa. Você joga qualquer coisa nos ombros da Bruna e ela resolve. Ela nunca enxerga uma porta na frente dela, nunca. Ela toma as decisões pra vida e vai! É uma garota determinada."

    Desafio

    "Meu maior desafio como atriz foi o fato de eu ser feminista e ter, justamente, essa preocupação de não romantizar demais a Bruna Surfistinha. Ela já é uma personagem presente no imaginário das pessoas com uma imagem muito romantizada da prostituição. Meu desafio foi encarar essa personagem, não ter medo dela, não julgá-la e transformá-la em algo em que eu consiga acreditar. Em algo em que eu consiga me identificar para me conectar com ela por algum motivo."

    Objetivo

    "Sinceramente, minha maior vontade é que a gente fale sobre prostituição. Porque esse assunto é latente, mas precisa sair um pouco do moralismo, sabe, do julgamento dessas mulheres. Quero que a gente consiga mais respeito por essas vivências, e não só um alarde de "Olha só, mais uma [série] falando de prostituição, não aguento mais esse assunto". Eu quero que a gente debata mais sobre isso, porque essas mulheres merecem."

    Convite

    "Essa é a chance de as pessoas verem um outro olhar sobre a história da Bruna Surfistinha. Essa é a oportunidade de as pessoas verem o outro lado da Bruna. Esse é o grande trunfo da série."

     

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