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    Em parceria com Paris Filmes e Paris Entretenimento, Simba Content investe no cinema

    Dentre os filmes que serão viabilizados pelo projeto, está a cinebiografia de Silvio Santos.

    Charles Naseh

    Apesar da Ancine encarar um momento difícil e de muita indefinição em 2019, outras formas de se investir no cinema estão sendo anunciadas. A Simba Content, empresa formada a partir da união da RecordTV, RedeTV! e SBT, fechou uma importante parceria com a Paris Filmes e a Paris Entretenimento que viabilizará a produção e distribuição de filmes brasileiros, com início ainda este ano.

    Em coletiva de imprensa realizada em São Paulo na tarde desta terça-feira (16), estavam presentes Carlos Alkimim e Anderson Napolião, da Simba, Marcio Fraccaroli, CEO da Paris Filmes, e Renata Rezende, diretora executiva da produtora Paris Entretenimento. Após apresentarem o projeto e afirmarem que o valor investido será "significativo" – mesmo sem a divulgação do valor exato, dentro da casa de dezenas de milhões de reais –, foi divulgado à imprensa quais produções terão início este ano já dentro do projeto. 

    "Um dos filmes que começam a ser filmados em junho é Feliz Natal. Depois rodamos em outubro A Sogra Perfeita, com a Cacau Protásio. Nós também estamos trabalhando na cinebiografia de Silvio Santos. As filmagens devem começar entre novembro e dezembo. Estes são os três filmes que já entram na parceria em 2019. Torcemos para que tenha vida longa pois, neste momento, é muitíssimo importante que tenhamos este tipo de valorização", disse Renata, antes de completar que há uma janela grande de filmes que vão desde comédias até os mais autorais e, por conta isso, novas parcerias são de fato bem-vindas.

    Visando o lado contrário às leis de incentivo com o investimento de apenas recursos privados, o acordo tem como expectativa fechar 2019 com cerca de 11 novos títulos para o cinema brasileiro. "Obviamente isso acontece num momento em que o Brasil e a cultura são carentes de investimento privado e direto, porque nós temos uma estrutura audiovisual constituída em leis de incentivo – o que vem se tornando não suficiente para a criação e produção de produtos e conteúdos, que é o que o público espera e merece", disse Carlos, Diretor de Contratos e Distribuição da joint-venture. "Nós buscamos fazer um planejamento estratégico que busca futuramente parcerias não só com a Paris mas também com outras empresas para poder enriquecer o cinema brasileiro. Queremos um modelo que possa ser replicado por outros e por nós mesmo", completou.

    Ao responder à nossa pergunta com relação a como são as perspectivas das empresas perante ao momento atual no Brasil, em que o futuro dentro do investimento estatal não está tão certo, Marcio respondeu: "Estamos em um momento de reflexão quanto a como o audiovisual vai se comportar. Eu, como distribuidor, torço para que as coisas sigam naturalmente, de uma forma de ocupação de espaço. O inimigo não é o produtor brasileiro, são os filmes estrangeiros; esses, sim, ocupam espaço e ganham royalties. Nós temos de torcer para o cinema brasileiro e encontrar uma forma que a nossa cultura e sociedade sejam refletidas nas telas de cinema. Torço muito para que o governo brasileiro encontre um caminho, com mais controle e regras – isso não é nenhum problema – mas em todo lugar, o fomento do cinema é feito por empresas públicas, por governos públicos. Há países muito desenvolvidos que continuam investindo em cultura, então tenho esperança que logo teremos a normalização do setor."

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