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    Arquidiocese do Rio veta imagens do Cristo Redentor em segmento de Padilha para Rio, Eu Te Amo

    Em resposta, em entrevista ao jornal Globo, cineasta e ator Wagner Moura classificam atitude como "censura" e criticam “falta de sofisticação intelectual” da Igreja Católica.

    A Arquidiocese do Rio de Janeiro, que detém os direitos de imagem do Cristo Redentor, vetou o uso da figura da estátua no segmento dirigido por José Padilha para o filme Rio, Eu Te Amo. A informação é do Jornal O Globo.

    A assessoria de imprensa da Arquidiocese disse à publicação que “há cenas no filme em questão que foram consideradas ofensivas à imagem do Cristo e, consequentemente, à casa dos católicos”. Detalhes sobre os possíveis "insultos" ou mesmo a transcrição do episódio, no entanto, não estão disponíveis.

    No filme em questão, intitulado Inútil Paisagem, um instrutor de asa delta (Wagner Moura) salta da Pedra Bonita e analisa sua relação com as pessoas e a cidade do Rio. Durante o voo, ele “reclama” da vida com o Redentor - inserido em cena a partir de chroma key.

    Em resposta conjunta ao jornal, diretor e ator classificaram a atitude como "censura". “Em nosso episódio, a estátua é mostrada como um símbolo da cidade, e não como símbolo religioso. Assim como se passa com todas as propagandas turísticas que mostram o Redentor. São propagandas do Rio de Janeiro, e não da religião católica”.

    A dupla vai ainda mais longe na discussão: “como atesta a história da Igreja Católica, até dizer que o sol está no centro do sistema solar pode ser considerado crime hediondo, a ser punido com a morte na fogueira. Usar camisinha durante a epidemia de Aids, ou mesmo ser homossexual, é pecado … A Igreja Católica atual não tem grande sofisticação intelectual”.

    O impasse com a Cúria vem desde abril, segundo a reportagem, de modo que a cópia exibida para o mercado no Festival de Cannes, em maio, já foi mostrada sem Inútil Paisagem. “Nossos advogados afirmam que as chances de que o lançamento do filme possa ser suspenso caso insistamos nisso (exibir o filme na íntegra) são muito grandes”, atesou Pedro Buarque de Hollanda, sócio-presidente da Conspiração Filmes, produtora do longa. “O grande problema é que os critérios da Arquidiocese são muito subjetivos”.

    Ainda não foi definido o rumo da história de Padilha, que está fora do Brasil, com Wagner Moura. Por enquanto, Rio, Eu Te Amo - terceiro longa da franquia Cities of love, que já teve ParisNova York como temas - fica desfalcado em um episódio, totalizando nove filmetes restantes, acrescidos de um segmento de transição assinado por Vicente Amorim. O longa está previsto para estrear no Brasil em 11 de setembro.

    O trailer, abaixo, mostra grande parte do numeroso elenco internacional, bem como os principais pontos turísticos do Rio. Menos o Cristo.

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