Guerra Civil é apresentado como candidato a filme do ano. O mais recente trabalho de direção de Alex Garland é uma excelente ficção de guerra

12 de abr. de 2024 às 14:38

Giovanna Ribeiro

-Redatora

Aprendeu com Amélie Poulain a ir ao cinema sozinha às sextas e observar a reação do público. Mas, no fundo, queria mesmo era ser o Rocky Balboa.

A24 atira diretamente no ninho de vespas dos Estados Unidos e pretende atingir a produção de maior bilheteria de sua história.

Após Devs e Men - Faces do Medo, Alex Garland apresenta ao público Guerra Civil. A nova grande produção da A24 conta com um elenco espetacular, incluindo Kirsten Dunst, Jesse Plemons, Wagner Moura, Cailee Spaeny, Stephen McKinley Henderson, Sonoya Mizuno e Nick Offerman como presidente dos Estados Unidos. E esta ficção, já está cotada a ser o título de maior bilheteria da empresa independente.

Após anunciar que quer se aposentar da direção, Alex Garland oferece seu trabalho mais impressionante, retratando um presente distorcido, mas não muito distante, e com muita lucidez. Assumindo a dinâmica de um road movie de guerra, o diretor de Ex Machina preenche seu último trabalho com imagens poderosas, e um tom que passeia na ficção científica.

Guerra Civil será o último filme de Alex Garland? Cineasta declarou que está “desistindo” do cinema

Um exame poderoso de uma nação em declínio com os acordes clássicos de uma viagem às trevas - estilo Apocalypse Now - através dos olhos neutros do jornalismo, o filme evoca uma ficção cheia de ideias subversivas que vão desde a necessidade de liberdade de informação (seja qual for), à filosofia da dessensibilização à violência, da vigilância das redes e da desumanização do Ocidente. A liberdade de imprensa, aqui, emerge acima de ideologias e posições.

Com uma Kirsten Dunst certeira, o roteiro propõe um clássico jogo de troca dinâmica entre dois personagens, e aqui Cailee Spaeny é absorvida. O grupo parece ser um reflexo daquele que encontramos em Extermínio, com o qual não só compartilha o mesmo tom quase apocalíptico, mas também certas decisões de enredo, e até sensibilidade opressiva. É como se fosse um capítulo intermediário sem zumbis, talvez o ensaio para 28 Years Later, de Danny Boyle, que está prestes a sair do papel.

Guerra Civil tem toda a capacidade de impressionar todos os tipos de público. Pois se trata de uma guerra na qual você tem que se posicionar. Guerra Civil estreia em 18 de abril, nos cinemas brasileiros.