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    Crime e suspense: Um dos melhores filmes da década de 1990 é uma obra-prima até nos créditos
    Giovanni Rodrigues
    Giovanni Rodrigues
    -Redação
    Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

    Suspense Seven tem extraordinários créditos de abertura, criados por um mestre absoluto do gênero.

    Há pouco mais de 27 anos, foi lançado um filme que abalaria e redefiniria os códigos do suspense: Seven - Os Sete Crimes Capitais, de David Fincher. Com mais de 4,9 milhões arrecadados, o filme continua sendo um dos maiores sucessos do diretor até hoje, à frente de seu segundo hit de bilheteria, O Curioso Caso de Benjamin Button e seus 2,59 milhões de espectadores.

    Seven é um filme que deixou uma impressão duradoura na memória dos espectadores de cinema. Um filme de escuridão abismal, um suspense, quase um filme de terror: Seven é tudo isso ao longo do tempo. Mas, acima de tudo, é um dos filmes mais originais, provocativos e perturbadores que saíram dos estábulos de Hollywood nas últimas décadas. Há um antes e depois de Se7en, por assim dizer.

    Os fabulosos créditos de abertura do filme também se tornaram um caso exemplar. Embora Fincher tenha planejado que Mark Romanek o dirigisse, ele foi finalmente projetado por Kyle Cooper e editado por Angus Wall. Cooper é simplesmente um dos maiores artistas quando se trata de criar créditos, dos quais existem dezenas, cada um mais memorável que o outro.

    A influência de suas criações vai muito além do cinema: ele é um colaborador de longa data do diretor de jogos Hideo Kojima, para quem criou os créditos de alguns de seus jogos, incluindo o mais recente, Death Stranding.

    "I wanna feel you from the inside..."

    Os créditos de abertura de Seven mergulham o espectador na mente sinuosa de um ser torturado, um serial killer obcecado por religião. Ele é meticuloso, tendo o cuidado de cortar seus papéis e fotos, fazendo montagens e organizando seu diário perturbador...

    A sensação de inquietação e opressão é ampliada pelo remix da música Closer, do Nine Inch Nails de Trent Reznor.

    Aqui está ela novamente:

    "Eu estava pensando em uma viagem de trem da casa de Somerset, de sua residência rural para a cidade. Nós tínhamos várias ideias, e Fincher dizia: 'Mostre Doe se mutilando com uma lâmina de barbear'.

    E não conseguíamos chegar a lugar algum. Então Fincher sugeriu a Findlay Bunting que usássemos uma câmera antiga para obter créditos desbotados, arranhados, quase escritos à mão.

    Usamos o Kodalith, um filme de baixa sensibilidade, para imprimir apenas os sintetizadores. Ilumine por trás, agite o filme durante a filmagem, pare a câmera, abra-a, exponha o filme à luz, sabote o foco, agite, experimente, coloque um painel de vidro ou qualquer outra coisa na frente da lente, enfim, qualquer coisa que possa alterar a imagem", diz Cooper.

    Queríamos despertar a curiosidade do público sobre como seria esse cara. Ele deveria ser alguém muito, muito ruim!

    Há também os cadernos de John Doe, vistos nos créditos e mais tarde no filme, projetados por Clive Piercy e John Sabel. Foram eles que tiveram a ideia de misturar essas (muitas!) páginas de textos escritos à mão por John Doe, intercaladas regularmente com fotografias macabras e outros artefatos religiosos.

    Metropolitan FilmExport

    "Gosto da ideia de John Doe preparando seus cadernos e esses assassinatos com muito profissionalismo, e tomando chá enquanto arranca os olhos de uma criança, tudo ao mesmo tempo.

    Depois, pensamos em riscar tudo e censurar certas palavras. Insistimos na personalidade, no caráter artesanal dos créditos como um todo. Enfatizamos o lado doentio, mergulhando no espírito do assassino.

    Nesse empreendimento criativo, as ideias às vezes nascem e borbulham onde menos se espera. "Todos os dias eu acordava tentando ter novas ideias. No segundo dia, por exemplo, encontrei por acaso alguns anzóis em casa.

    E há também uma cena em que ele coloca um pouco de cabelo em um envelope. Na verdade, encontrei esse cabelo no meu chuveiro e disse a mim mesmo: 'Isso é legal!'"

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    As mãos deformadas vistas nos créditos? "Procuramos muitos modelos de mãos, e o que contratamos era de um cara que praticava tai chi. Ele era bem grande, um cara estranho e assustador que parecia bastante ameaçador quando o escolhemos.

    Suas mãos eram muito elegantes, mas o engraçado foi que David ficou chateado com a escolha. Ele disse: 'Por que vocês escolheram esse cara? As mãos dele não se parecem em nada com as do Kevin Spacey!'

    Se você olhar para as mãos de Kevin Spacey, seus dedos são longos e finos, mas as mãos desse cara eram bem grossas. Fincher estava muito cético, mas eu achava que ninguém perceberia, então fomos em frente". Bom para ele.

    Metropolitan FilmExport

    Angus Wall levou cinco longas semanas para reunir pacientemente essas imagens dos créditos de abertura do filme. "Eu adorava filmes de terror quando era criança", disse Kyle Cooper à Empire em 2010.

    "Ficava frustrado quando eles não mostravam o monstro até o final. Ocorreu-me ter uma ideia do assassino antes que eles finalmente o pegassem. Queríamos despertar a curiosidade do público sobre como seria esse cara. Ele deve ser super, super ruim".

    E ele conseguiu superar todas as expectativas com essa abertura magistral, que, assim como o próprio filme, fez história.

    Seven - Os Sete Crimes Capitais
    Seven - Os Sete Crimes Capitais
    Data de lançamento 15 de dezembro de 1995 | 2h 10min
    Criador(es): David Fincher
    Com Brad Pitt, Morgan Freeman, Gwyneth Paltrow
    Usuários
    4,6
    Assista agora em Max

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