É difícil superar o legado cinematográfico de Martin Scorsese. Embora seu trabalho até a virada do milênio seja fortemente marcado por filmes de gângster, nenhum gênero está a salvo dele, basta pensar no suspense de mistério Ilha do Medo ou na comédia O Lobo de Wall Street.
Vivendo no Limite também é um trabalho especial e único. Aqui, o trabalho cinematográfico de Scorsese e o ponto em comum compartilhado por todos os seus filmes, independentemente do gênero, tornam-se evidentes: o foco singular nos personagens, que saem do padrão e sempre têm algo a mais.
Embora o drama psicológico sobre a vida melancólica de um paramédico tenha fracassado nas bilheterias em 1999, ele ainda é uma das produções mais pessoais do gênio de Hollywood. Anos depois de seu lançamento, Scorsese revelou o quanto essa produção significa para ele e o faz lembrar sua própria juventude.
É disso que se trata Vivendo no Limite
Há alguns meses, Frank Pierce (Nicolas Cage), um obstinado paramédico de emergência, não consegue salvar uma única pessoa. Os acidentes estão piorando, as mortes são mais trágicas e ele tem que testemunhar isso todos os dias. Com seu colega Larry Verber (John Goodman), ele sai noite após noite na sombria Nova York para enganar a morte. Casa após casa, doença após doença, no entanto, o Ceifador sempre o vence.
Apesar de dar tudo de si, Frank sofre uma crise depressiva em sua vida. Quando ele se depara com a filha de um paciente, Mary Burke (Patricia Arquette), em meio a doentes terminais, drogados e adolescentes baleados, ele faz de tudo para salvar não só essa alma, mas também a sua própria.
Gaumont Buena Vista International
Scorsese, Schrader e Cage: gênios em ação
A combinação perfeita de Scorsese e do roteirista Paul Schrader, que já havia escrito Touro Indomável e Taxi Driver - Motorista de Táxi, criou diversas histórias cinematográficas inesquecíveis. Vivendo no Limite entra sem esforço na lista dessas obras-primas – também porque o filme transmite autenticidade por todos os poros.
Na preparação, a equipe de filmagem acompanhou operações de emergência reais durante meses e às vezes teve que passar por experiências dolorosas como testemunhas. A autêntica vida nas ruas pode ser vista em todos os momentos do drama, especialmente quando os meio-mortos rastejam pelas ruas encharcadas de sangue noite após noite.
O que há de especial nisso: tecnicamente, Vivendo no Limite poderia terminar após cada noite de operações de emergência e ainda assim ser um ótimo filme. No entanto, como sempre, Scorsese se concentra não apenas em fazer um balanço de um momento, mas sim no indivíduo.
Gaumont Buena Vista International
Como resultado, tudo gira em torno do personagem de Cage e de como sua vida fica estagnada nessa cidade horrível. A cidade, que serve como uma moldura cinematográfica e se repete todas as noites, encontra repetidamente Frank, que faz tudo o que pode para salvar o mundo.
Não é de surpreender que Nicolas Cage tenha dito certa vez: “Devo dizer que esse pode ser o melhor filme que já fiz”. Isso deve ser motivo suficiente para assistir a essa obra-prima atemporal.
Vivendo no Limite está disponível no Star+.
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