Embora Oppenheimer venha sendo apontado como a primeira produção biográfica de Christopher Nolan, isso não é necessariamente uma verdade. A adaptação cinematográfica do pai da bomba atômica é de fato a primeira cinebiografia do diretor a chegar às grandes telas, mas não quer dizer que foi a primeira escrita por ele.
Para quem não sabe, duas décadas atrás, Nolan trabalhou no roteiro de um filme sobre a vida do aviador e magnata dos negócios, Howard Hughes. O projeto nunca decolou porque O Aviador, de Martin Scorsese, saiu do papel primeiramente, abordando exatamente a mesma história.
Assim, em 2007, durante uma entrevista para o The Daily Beast, Christopher confessou que tal esboço havia sido o melhor roteiro que já escreveu, acrescentando que o papel protagonista seria perfeito para Jim Carrey.
“Sim, eu pensava em Jim Carrey. Acho que é o melhor roteiro que já escrevi e tive uma experiência maravilhosa ao escrevê-lo. Foi uma experiência frustrante que o outro filme teve início primeiramente. Vou revisitá-lo? Eu não faço ideia. Eu realmente não penso sobre o que vou fazer a seguir até terminar completamente o que estou fazendo, e nas próximas semanas ainda estarei pensando em Interestelar. Eu não necessariamente o descartaria, mas o escrevi há muito tempo”, contou o cineasta.
Oppenheimer: NÃO é o primeiro filme de Christopher Nolan com uma bomba atômica – e os fãs de Batman sabem dissoRecentemente, Nolan voltou a revisitar o assunto em conversa com o The New York Times, afirmando que o trabalho arquivado ao menos serviu para ajudar a dar vida a Oppenheimer.
“Muitos anos atrás, eu escrevi um roteiro sobre a vida de Howard Hughes que nunca foi feito porque o escrevi no momento em que Scorsese estava fazendo seu próprio filme. Mas eu analisei todo o roteiro para minha satisfação, e isso me deu muitos insights sobre como destilar a vida de uma pessoa e como ver a vida de uma pessoa de uma forma temática, de modo que o filme seja mais do que a soma de suas partes. Então, de certa forma, o roteiro, sim, levou alguns meses, mas foi realmente o ponto culminante de 20 anos de pensamento”, pontuou.