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    Dirigir 25 mil pessoas ao mesmo tempo: Peter Jackson seguiu o caminho mais difícil em O Senhor dos Anéis, mas funcionou
    Lucas Leone
    Lucas Leone
    -Redator | Crítico
    Lucas só continua nesta dimensão porque Hogwarts ainda não aceita alunos brasileiros. Ele até tentou ir para Westeros ou o Condado, mas perdeu a hora do Expresso do Oriente. Hoje, pode ser visto escrevendo no Central Perk mais próximo.

    O diretor queria que todos os detalhes de sua trilogia fossem os mais realistas possíveis, o que o levou a trabalhar com um estádio lotado.

    Se O Senhor dos Anéis é a melhor saga de fantasia que existe, não é por acaso. Peter Jackson e seu time trabalharam duro para tornar cada detalhe dos três filmes o mais autêntico possível – um esforço que definitivamente transparece na tela. Isso o levou a dirigir um estádio abarrotado com 25 mil pessoas. O motivo? Os orcs.

    Ethan Van der Ryn, codesigner de som da trilogia, explica no documentário The Soundscapes of Middle-earth que seu objetivo era fazer com que todas as criaturas e elementos parecessem estar, de fato, na natureza. Um processo que exigiu muita criatividade da equipe para encontrar soluções para problemas, a priori, impossíveis de serem resolvidos.

    Por exemplo, eles gravaram no meio de um cemitério à meia-noite porque era o lugar mais tranquilo e silencioso que acharam na cidade. Mais do que isso, na busca pelo som perfeito para as hordas de orcs, a produção foi parar no campo de críquete de Wellington, na Nova Zelândia.

    New Line Cinema
    Os orcs da trilogia O Senhor dos Anéis.

    "Como você consegue o som de 10 mil orcs? A coisa mais óbvia e natural para nós seria gravar grupos com o máximo de pessoas possível, talvez 50 pessoas. Nós as teríamos gravado e colocado em camadas, uma por cima da outra", explicou Van der Ryn.

    "Mas, como estávamos em Wellington e todos estavam envolvidos no filme, tivemos oportunidades únicas de trabalhar com a comunidade. Então pensamos: 'Talvez possamos ir ao estádio e filmar as pessoas de lá'", continuou o profissional.

    "Conseguimos entrar no campo de críquete no intervalo. Jackson entrou, foi aplaudido de pé e dirigiu 25 mil pessoas para que se tornassem orcs bradando palavras na língua orc", lembrou Van der Ryn.

    Nas imagens inéditas contidas no documentário, Jackson pode ser visto orientando a multidão a entoar expressões como "Derbgoo nashgshoo" em uníssono. E foi justamente com essa brilhante ideia que o cineasta e sua equipe conseguiram dar à saga um realismo que não teriam conseguido de outra forma. "É tremendamente poderoso ter tantas pessoas cantando ao mesmo tempo. Eles disseram que foi o melhor descanso que já tiveram em suas vidas", completou o designer de som.

    Embora esses detalhes já cheguem prontos para o espectador, certamente fazem toda a diferença para tornar a franquia especial. Assim como decidiu liderar 25 mil pessoas em um momento em que poderia ter sido bem mais enxuto, Jackson quis plantar 5 mil m³ para recriar o Condado, onde vivem os Hobbits. Poderia ter sido feito no computador? Sim, mas o resultado não teria sido tão incrível.

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