O Labirinto do Fauno:
“O Labirinto do Fauno”, México, 2006, produzido, escrito, editado e dirigido por Guillermo del Toro, foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro/2007 e ao mesmo prêmio no Oscar/2007, não levou esses dois prêmios, mas em compensação a parte técnica perfeita lhe garantiu três Oscars, a saber: melhor maquiagem, melhor direção de arte e melhor fotografia, prêmios merecidos!; filme extremamente violento, mas com uma ótima história/roteiro, que justifica tamanha violência; filme forte, tenso, violência nua e crua; terror + ficção-científica; ótimos efeitos especiais; o filme se passa em 1944, início da Ditadura Facista de Franco, na Espanha, uma garotinha vive num mundo à parte dos adultos, que é de guerra total e plena, Ofélia vive no mundo de fábulas e contos de fadas dos livros, enquanto isso sua mãe, Carmen, vai viver com seu novo marido, Capitão Vidal (Sergi López), que está acampado com seus soldados em território sitiado por rebeldes à Ditadura Franquista, Carmen está grávida dele, este não a ama, só quer que o filho seja homem, para ele ter um herdeiro, ele é muito mau, perfeccionista, sangüinário; Carmen, percebe-se, que só está com ele, para poder dar um futuro melhor para os filhos e para si mesma, nem isso para ela, já que está à beira da morte, numa gravidez complicada; o acampamento é constantemente atacado pelos rebeldes e os soldados contra-atacam, nesse clima de guerra, terror e despotismo, só resta a Ofélia a evasão do conto de fadas, no qual ela vive, de fato, uma história paralela a dos adultos, no qual ela encontra um fauno, que diz que ela é uma princesa dos reinos subterrâneos, e que para voltar a viver nele (fuga desse mundo adulto terrível), ela precisa completar três tarefas; começa, então, as aventuras fabulosas de Ofélia (a atriz-mirim que vive esta é ótima!); o filme deixa em aberto se era “verdade” ou “devaneio” de Ofélia essa história fantástica, que ela vive, o que importa é o paralelo que del Toro traça entre o mundo de terror pleno dos adultos/humanos e o mundo fantástico das fábulas e contos de fadas das crianças, que, no caso, do filme de del Toro, também é de terror e de violência, refletindo a violência do mundo adulto, humano, “real”; fantasia e realidade, portanto, se misturam; bom filme!; segundo uma crítica da revista sobre cinema “SET”, “O Labirinto do Fauno” é a parte que ocorre no passado de uma trilogia não planejada, dos três maiores diretores mexicanos do momento, Guillermo del Toro, Alejandro Gonçalez Iñarritu e Alfonso Cuáron, aquele filme juntaria-se à parte que desevolve-se no presente, “Babel”, de Iñarritu e, à parte que se passa no futuro, “Filhos da Esperança”, de Cuáron; os três filmes lançados em 2006/2007, dois falados em Inglês (os de Cuáron e de Iñarritu, e um em Espanhol, o de del Toro, o que uniria os três filmes e faria deles uma trilogia é a temática comum sugerida por eles, que é desenvolvida, lógico, sob a ótica particular de cada um deles, então, aquela temática comum seria: a condição de ódio, guerras, desunião, incompreensão e incomunicação entre as pessoas e os povos, no mundo contemporâneo, século XXI; e, outro detalhe, agora, em relação somente ao filme “Babel”, este faz parte de uma outra trilogia, a “Trilogia da Morte”, do diretor Iñarritu, os dois primeiros filmes dela são: “Amores Brutos” e “21 Gramas”; “Babel” fecha, portanto, a trilogia pessoal de Iñarritu, sobre a morte e como esta liga diferentes pessoas, por meio de uma seqüência de fatos interligados. Os três cineastas são amigos entre si, são da mesma faixa etária, um ajuda o outro nos filmes de cada um deles, um produz o do outro, um edita, um co-escreve, etc., é o caso do Cuáron ser um dos produtores do filme dirigido por del Toro.