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    Beleza Oculta
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Beleza Oculta

    Como se Garry Marshal refilmasse Beleza Americana como um especial de Natal

    por Renato Hermsdorff

    Existe uma certa graça no novo filme de David Frankel (Marley & Eu), que vem da ideia central, criativa, por trás do roteiro escrito por Allan Loeb (Coincidências do Amor). A proposta, no entanto, fica escondida, soterrada por frases de efeito e atuações canhestras, que classificam Beleza Oculta como um caça-lágrimas tipicamente hollywoodiano.

    Howard (Will Smith) é um publicitário de sucesso, que vê seu mundo desabar depois que a perde a filha, de apenas seis anos. Compreensivos, seus sócios (e amigos) na agência (interpretados por Edward Norton, Kate Winslet e Michael Peña) procuram uma maneira de ajudá-lo, ao mesmo tempo em que se encontram em uma situação profissional periclitante. (E, diga-se, cada um com seus problemas – pessoais).

    Desesperado, Howard reluta em participar do grupo de apoio comandado por Madeleine (Naomie Harris), enquanto passa a escrever cartas, não para pessoas, mas para... coisas. Precisamente, três “coisas”: Morte, Amor e Tempo, que se materializam nas figuras interpretadas por Helen Mirren, Keira Knightley e Jacob Latimore, respectivamente.

    Está armado o cenário para que Will Smith passe, mais da metade do tempo, fazendo cara de cão sem dono. Não se trata de uma questão de insensibilidade desse que vos escreve, mas, convenhamos, pesar a mão na suposta emoção do protagonista com a justificativa única e exclusiva de que não se questiona a dor de um pai que perdeu a filha (e não se questiona mesmo, mas faltam nuances aqui) é apelativo demais no longa.

    Nem o superelenco salva os diálogos ultra calculados – e, portanto, artificiais. Enquanto Jacob Latimore (Maze Runner: Correr ou Morrer) se esforça como um aluno universitário sem experiência, Kate Winslet parece um tanto constrangida, ao passo que é Helen Mirren quem se sobressai, como uma morte “alegrinha”, o que traz algum matiz para sua personagem.

    A essa altura, o leitor mais atento deve estar se perguntando onde está a tal “criatividade” associada, anteriormente, ao roteiro. Com razão. Difícil seguir se dar spoilers, mas digamos que a trama avança (aqui como o contrário de “se arrasta”) e o espectador é levado, por uma engenhosidade do texto, a desconfiar, o tempo inteiro, se está diante de uma situação “realista” ou não. É um truque (no bom sentido) bem encadeado, que evita que se abandone a cadeira do cinema.

    No entanto, são tantas as questões “humanistas”, abordadas de forma tão rasa, que Collateral Beauty (no original) soa como se o Garry Marshall de O Maior Amor do Mundo tentasse refilmar Beleza Americana como um especial de Natal. Luto por luto, Sete Minutos Depois da Meia-Noite, protagonizado por uma criança e um monstro, é uma produção bem mais madura.

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    Comentários

    • Márcio J.
      Acho que essa Léa Maurano é amiga do Renato kkkkkkk, vai lavar prato mule
    • Hugo Whysk Leonardo
      Arte corresponde apenas a filmes ditos cults' ??. Arte corresponde a emoção e sensibilidade. Muitos consideram Beleza Americana uma merda por exemplo.
    • Maria Aragão
      Disse tudo, principalmente no que diz respeito às funções das três entidades que ao invés de atingir o alvo, atinge diretamente os contratantes. Esse que escreveu essa crítica não tem discernimento nem para entender o filme quanto mais criticar.
    • hiago
      final, final, final, foi tanta decepção de ler as criticas que ao escrever nem notei as tamanhas repetições.
    • hiago
      a pior coisa que um critico pode ter em seu Website é uma aba de comentários, porque no final as quase centenas de pessoas que comentaram aqui discordaram veemente mente de vc e dos dêmias críticos que analisaram o filme, no final a analise foi rasa porque vcs não queriam ter uma experiencia em ver um filme de drama, vcs queriam ver um filme de drama que agradasse ao seu perfil de mundo. Ou seja o titulo de analise fria não faz jus, nem técnico foi, afinal a cara de cão sem dono é a cara de tristeza que todo mundo faz quando perde alguém pra sempre.
    • Mendel Paradela Butilheiro
      Filme inteligente, ao contrário do sem alma que escreveu essa crítica. As pessoas se perdem no luto, às vezes. É quase um buraco com paredes escorregadias. O autor da crítica também se perdeu. Ou não entendeu o filme. Não é apenas o protagonista que está sendo colocado em cheque. O filme é quase uma releitura da ideia do Fantasma dos Natais Passados. E na verdade as 3 coisas falam inicialmente com os 3 amigos, atingindo-os diretamente nos pontos falhos dos mesmos. Os 3 seriam os nossos olhares de observadores dentro do filme. Gananciosos, precisavam da interdição do amigo para conseguirem a venda da empresa. Ao mesmo tempo estavam presos em seus respectivos medos: o Amor pela filha, o Avançar da idade para engravidar e o medo de contar à família sobre sua doença terminal. Os 3 amigos são as 3 necessidades de cura do protagonista. Filme cativante e que faz pensar.
    • Paulo Roberto
      Não entendi porque algumas pessoas vêem um problema no filme conter mensagens motivacionais. Precisamos sim ajudar-nos uns aos outros para cumprir da melhor forma possível esta nossa jornada aqui na terra.
    • Paulo Roberto
      Não vi À Procura da Felicidade, acho que ele está bem discreto e contido nesse filme. Pra mim foi uma grata surpresa a atuação dele como ator.
    • Paulo Roberto
      Interessante como tudo agora tem de envolver a palavra democracia. Vale lembrar que os países mais autoritários tinham a palavra democrática em seu nome.
    • Paulo Roberto
      O melhor deste site sem dúvida são os comentários. Isso ficou confirmado depois que vi a nota dada a um filme tão humano e necessário como esse. Um filme que levanta discussões que não estão presentes na média dos filmes atuais. Óbvio que não é uma obra de arte, mas consegue te emocionar e te deixar um pouco mais humano depois que você acaba de assistir.
    • Rocío C. Quintana
      Prezados, não sei que vocês já vivenciaram a experiência de ter e perder um filho câncer. Mas, ainda que concorde com a forma simples e até direta das coisas ditas neste filme, estas coisas são absurdamente profundas e importantes para pessoas que sim vivenciam de perto esse tipo de situação. Acredito que cinema vai para além de surpreender ou coisas do tipo. Posso dizer que, como uma profissional que trabalha em Oncopediatria, que este filme pode sim tocar muitos corações de uma forma significativa e inclusive ajudar a muitos dos pais que passam por esse tipo de situação. Acredite, são muitos. Que bom que existam filmes nada surpreendentes , mas que possam ajudar pessoas...o que pode ser mais rico do que isso 🙌🏻E bom, não existe tal coisa como luto por luto. Toda experiência de perda é única e que importante que várias formas estejam sendo expressadas em forma de arte.
    • Maria Celia Resende Zanatta
      Crítica mal explicada que entra em contradição várias vezes. Incoerente.
    • RaphaelFabris
      Vendo o perfil desse tal de Renato, percebe-se porque o mesmo tem apenas 20 seguidores, um fracasso em forma de crítico, refletido nessa análise. Acho que você não tem muito futuro nesse mercado camarada.
    • Karla Moraes Vieira
      Amei o filme, muito inteligente, com certeza merecia mais estrelas.
    • Jhonatan César
      Fala serio como alguem faz uma critica dessa? 2estrelas? aposto que n viveu o filme, pra fazer uma critica a pessoa tem que sentir o que esta vendo... fala serio merecia um pouco mais
    • Patricia de Sampa
      Perdi minha filha, há pouco mais de um ano e esse filme não teve a capacidade de me reconfortar. Muito clichê, tão clichê como um livro de auto ajuda (que eu abomino).
    • Patricia de Sampa
      Arte é, por exemplo, Amor à Flor da Pele, é Les Enfants du Paradis, é Beleza Americana, é O Leopardo, Os Eternos Desconhecidos, Rififi, A Estrada da Vida, Amarcord, noites de Cabiria, e tantos outros! Beleza Oculta, definitivamente,, não é!
    • Patricia de Sampa
      O problema, para mim, é o Will Smith: ele repete o seu papel de À Procura da Felicidade, principalmente na cena em que, segurando o choro, olha para o céu. Por essa cena naquele filme, foi indicado para o Oscar. Acho que ele pensou que isso aconteceria novamente! Outra coisa chata são as frases feitas tipo auto-ajuda, que não passam de chavões. Realmente, este Beleza Oculta é bem ruinzinho, principalmente para quem gosta do bom cinema.
    • Patricia de Sampa
      É assim que se porta uma pessoa inteligente, madura e democrata. Parabéns, Adriana!
    • Patricia de Sampa
      Porcaria de filme, isso sim.
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