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    S.O.S Mulheres ao Mar 2
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    S.O.S Mulheres ao Mar 2

    Uma continuação sem muitas novidades

    por Lucas Salgado

    O cinema norte-americano é o grande pai das continuações. Foi Hollywood que inventou essa história de ficar produzindo sequência atrás de sequência de filmes de sucesso. Mas mesmo Hollywood usa com moderação este tipo de projeto quando estamos falando de comédias românticas. Pense em comédias românticas clássicas. Uma Linda Mulher, Mens@gem Para Você, Um Lugar Chamado Notting Hill... Nada teve continuação, ainda bem. E o motivo é simples, o gênero possui características do universo da fantasia. O final, geralmente, é de conto de fadas. Após uma série de conflitos, homem e mulher terminam juntos num tradicional "viveram felizes para sempre". No Brasil, com o grande sucesso das comédias, o mercado não tem levado muito em consideração esta premissa.

    Um exemplo disso é S.O.S Mulheres ao Mar 2. Sucesso de bilheteria em 2013, S.O.S. - Mulheres ao Mar tinha o clássico final de comédia romântica, com Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini felizes e juntos "para sempre". É claro que o fato de se realizarem poucas continuações de filmes do gênero não invalida uma produção por si só, mas serve de indicativo dos problemas que surgem quando esta decisão é tomada.

    S.O.S. 2 começa com Adriana (Antonelli) e André (Gianecchini) felizes. Ela tem uma nova coluna em um jornal e ele está prestes a lançar uma coleção num cruzeiro no exterior. Ele quer que a amada viaje ao seu lado, mas ela tem que ficar por motivos profissionais. No entanto, ao descobrir que a ex-noiva de André está no mesmo cruzeiro, Adriana chama a irmã Luiza (Fabiula Nascimento) e amiga Dialinda (Thalita Carauta) para irem atrás dele.

    A dinâmica é a mesma do primeiro filme. Na verdade, quase tudo é o mesmo com relação ao original. Temos até cenas idênticas, em que são trocados apenas os personagens. Há pouco de novo e, para uma comédia, há uma sensação estranha, de vazio, que surge do fato de que são raros os risos durante a sessão.

    Ainda que diante de um núcleo desinteressante, que envolve FBI e tráfico de drogas, Carauta produz alguns risos, que nascem da natureza física do humor da atriz, sempre exagerada, mas eficiente. Já Nascimento é a atriz mais talentosa do elenco. Também tem seus excessos, mas se mostra em domínio da personagem e possui boas sequências. O casal principal continua muito bonito, mas sem conteúdo. É difícil torcer por qualquer um dos dois protagonistas, principalmente para a personagem de Antonelli, uma mulher descontrolada e que em momento algum mostra o motivo de ser uma autora de sucesso.

    Para piorar, o filme ainda é um paraíso para product placement. São inúmeras as marcas e locais citados na produção. O pior que o merchandising surge de forma não natural. O espectador sabe que o filme está te tentando vender uma marca, o que causa uma sensação ruim. Passado no parque da Universal em Orlando, num cruzeiro e num resort em Cancun, o longa tem momentos de especial turístico, mas ainda pior são empresas citadas/mostradas sem que o roteiro pedisse por elas. É claro que o filme deve se pagar, mas é difícil aceitar uma obra com tantas propagandas.

    Se gostou do original, pode até aproveitar algo deste novo longa, mas é pouco provável que vá experimentar a sensação de novidade.

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    Comentários

    • Flavia
      A personagem da Antonnelli me lembrou a Bridget Jones. No primeiro é até engraçado, mas as sequências são terríveis. Elas nos apresentam mulheres inseguras, histéricas e engraçadas, e depois surgem inseguras e histéricas pra continuar fazendo graça. Cadê a evolução? E o roteiro é pior. Aquele amor maravilhoso e inabalável logo é desfeito na primeira bobagem e mal entendido que aparece. Fraco demais.
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