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    Los Hermanos - Esse é Só o Começo do Fim da Nossa Vida
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Los Hermanos - Esse é Só o Começo do Fim da Nossa Vida

    Para fãs

    por Francisco Russo

    Nos últimos anos, o cinema brasileiro tem dado atenção especial à música. Diversos foram os documentários voltados para o tema, seguindo os mais diversos estilos: Nelson Freire, Vinicius, Titãs - A Vida Até Parece uma Festa, Paulinho da Viola - Meu Tempo é Hoje, A Música Segundo Tom Jobim, Tropicália, Loki, Arnaldo Baptista, Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, Maria Bethânia - Música é Perfume, Uma Noite em 67, Herbert de Perto... Tamanha diversidade ressalta não apenas a abrangência da música popular brasileira como também em relação à narrativa do próprio documentário nacional, já que alguns dos citados fogem à clássica fórmula revisionista, que apenas relata os fatos do músico em questão, para ousar tanto na forma quanto ao situar o homenageado em um contexto mais amplo, da própria realidade do país naquele período.

    Los Hermanos – Esse é Só Começo do Fim da Nossa Vida não tem por objetivo abranger toda a carreira da banda encabeçada por Marcelo Camelo, mas apenas um momento específico: a turnê de retorno, cinco anos após o anúncio da "aposentadoria temporária”, ocorrida em 2012. Desta forma, não espere explicações sobre cada um dos álbuns lançados, como a banda foi formada, as dificuldades para impor seu estilo musical e coisas do tipo. Isto até aparece, em algum comentário esporádico, mas jamais é o objetivo de uma conversa específica. A proposta de Maria Ribeiro, agora diretora, era captar os bastidores da banda neste revival. Tudo bem autêntico, descontraído, sem regras a serem seguidas. Conseguiu. Até demais.

    A falta de foco é o grande problema de Los Hermanos, o documentário. Tirando as explicações sobre a turnê e a devoção dos fãs a cada novo show, pouco há de realmente interessante no longa-metragem. É claro que, até pela descontração de boa parte dos depoimentos, é possível comprovar na telona a fama dos integrantes em serem “bons moços” – não há brigas nem discussões, muito menos desprezo aos fãs. Tamanho carinho, recíproco, pode até aumentar ainda mais a veneração à banda, mas, como cinema, torna-se extremamente burocrático pela repetição, cena após cena, sem nada de novo a ser apresentado.

    Diante disso, Los Hermanos torna-se um documentário extremamente longo para o que se propõe a ser. Sem ter muito a dizer, se contenta em apresentar cenas aleatórias que não representam muito nem para os músicos nem para a própria diretora. Poderia ter uns 30 minutos a menos que atenderia, sem dificuldade, à proposta de retratar o retorno da banda e sua imensa legião de devotos. Válido apenas para os fãs aficionados, aqueles para quem um minuto a mais já vale muito, independente do que seja exibido.

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