Dona Hermínia é sem dúvida uma das melhores personagens de Paulo Gustavo, ao lado talvez da Senhora dos Absurdos, e seu carisma é inquestionável. Todo mundo se identifica em algum momento com o jeito Dona Hermínia de ser mãe. E é engraçado, genuinamente. O filme tem um elenco muito bom. Claro que Paulo Gustavo rouba a cena com seu histrionismo mais que espalhafatoso, e aí que está a graça. Ainda revemos os filhos Juliano (Rodrigo Pandolfo), Marcelina (Mariana Xavier) e Garib (Bruno Bebianno), o ex-marido Carlos Alberto (Herson Capri), a tia Zélia (Suely Franco), a empregada Waldéia (Samantha Schmütz) e a irmã Iesa (Alexandra Richter). Há também a novidade: Lucia Helena (Patricya Travassos) que é a outra irmã que mora em Nova York e veio fazer uma visita. O enredo, mais uma vez, é bem simples: Dona Hermínia, ainda apresentadora de TV de sucesso, tem que lidar com a partida de Marcelina para São Paulo pra tornar-se atriz, e pouco depois Juliano também vai pra terra da garoa buscar um emprego, além de uma pequena indefinição de sua sexualidade. Com isso, Hermínia sente-se meio que abandonada pelos filhos, mas percebe, por fim, que é o curso natural das coisas, afinal os filhos crescem e, consequentemente, seguem suas vidas. Há ainda um pequeno debate sobre o Mal de Alzheimer de tia Zélia, mantendo o tom saudosista e sério de algumas sequências do primeiro filme. De mais, são diálogos recheados de bom humor, palavrões e situações facilmente identificáveis de qualquer família. Um filme descontraído e que ainda levanta bons questionamentos familiares, além de reforçar os laços de amor que apesar de todos os obstáculos ainda vive forte no seio familiar. Algo que parece estar meio que perdido por aí em nossa sociedade. Bom filme, bom passatempo, boas risadas. Vale a pena dar a conferida e rir de nós mesmos.