Situação Vermelha.
Ficção e arte, talvez dois elementos que quando bem empregados podem resultar em produtos de qualidade inegável, inclusive no cinema, ainda mais quando tratam de situações envolvendo algo da atualidade, como fez o ótimo Perdido em Marte
Tendo início já em solo marciano, o filme já mostra uma equipe de astronautas trabalhando com a coleta de material para análise e, rapidamente, são forçados a voltar para nave devido a chegada de uma forte tempestade de areia. No percurso de volta, um do membros do grupo, Mark Watney (Matt Damon), é alvejado por uma antena e, por informações dos sensores da própria roupa é dado como morto. Momentos depois ele acorda, descobre que foi deixado para traz e precisa buscar meios para se manter vivo até a chegada de uma próxima expedição, estimada para 4 anos.
Sozinho e com os recurso que foram deixados pela equipe, ele usa de seus conhecimentos científicos, principalmente de botânica, para planejar como fará durante esse longo intervalo. Parte de sua estratégia envolve plantio de alimentos, algo que é explicado e justificado de maneira pontual e crível. Apesar da estimativa prolongada, muita coisa acontece, bom e ruim, com Watney, levando-o, em alguns momentos, quase desacreditar na possibilidade de voltar a Terra, algo que sempre é contornado pela grande vontade de viver do personagem.
Sabendo do ocorrido, a NASA tenta buscar meios para agilizar a busca do astronauta, algo que sempre se complica por conta da distância gigantesca. É aí que temos a participação de um amontoado de pessoas que passam a avaliar diversas alternativas para ajudar Watney a se manter vivo, com comunicação precária mas funcional.
Bom, falando das loucuras visuais, o filme é simplesmente belíssimo, contendo efeitos visuais de ponta, confundindo em quase 100% das situações se é locação ou cenários reais. A fotografia sempre bem pontuada pelo local da cena auxilia e muito na qualidade do contexto, seja no espaço, na terra ou em Marte. Isso sem deixar de falar na parte sonora, que prima em ser realista (nada de barulhos horrendos no vácuo), soando respeitoso com a ciência justamente para ampliar a tensão do filme.
Por falar em tensão, está aí algo faz que com as unhas (ou o que sobrou delas) peças de ilustração, pois o grande carisma de Damon e seu personagem nos faz torcer por cada segundo de vida dele, cruzando os dedos para que tudo dê certo; e ainda fica mais evidente nos momentos finais, quase capazes de fazer lágrimas escorrerem pela força impelida pela cena.
Além de Damon, o filme está repleto de figuras famosas e de grande competência: Jessica Chastain, Jeff Daniels, Michael Peña, Sean Bean, Kate Mara, Chiwetel Ejiofor e tantos outros que, ainda que minimamente presentes, ganham destaque por rápidas aparições.
PERDIDO EM MARTE é um filme de ficção científica que faz rir, se emocionar, vibrar e manter-se quase 2h e 30min preso na poltrona aguardando pelo que vem a seguir. É uma produção que não tem vilões, mas sim a esperança sempre presente de um homem honesto que deseja fazer uso de todos os seus esforços para manter-se vivo. Vale cada segundo de olho grudado, RECOMENDADÍSSIMO!