Por se tratar de Ridley Scott, eu esperava bem mais, confesso ter ficado com aquela sensação de que faltou algum quê a mais para o filme ser ainda mais interessante.
O trabalho de retorno de Ridley não chega a ser tão inovador e ''Perdido em Marte'' acaba indo pelo caminho mais fácil, com alguns clichês e um evidente ''puxa-saquismo'' para o lado da China, um importante mercado para Hollywood.
O filme é visualmente atraente, com excepcionais trabalho de câmera e fotografia, isso não podemos negar.
A trama é conduzida de maneira clara, acessível e didaticamente divertida e não apela para o papo-cabeça maçante típico do gênero. Aliás, méritos devem ser dados a parcela de acertos científicos e o embasamento na realidade teórica da NASA.
Eu não li a obra de Andy Weir, e sei que adaptações cinematográficas, normalmente, não são fiéis ao livro, mas neste sentido, o trabalho de adaptação de Ridley Scott reserva muitas boas surpresas, com uma divertida e otimista abordagem científica.
Mas tenho minhas ressalvas, a principal delas: faltou um pouco mais de emoção nas cenas, eu achei a atuação de Matt Damon inconvincente e o ator não passou aquela sensação de vulnerabilidade perante sua situação embaraçosa no Planeta Vermelho.
Outra coisa que me incomodou foi o mau aproveitamento de um elenco esforçado, no qual estrelas como Jessica Chastain, Kate Mara e Jeff Daniels possuem um certo limite em seus personagens, não oferecendo algo tão destacável na história.
Resumindo, ''Perdido em Marte'' consegue divertir em alguns momentos, consegue nos ensinar como plantar batatas em Marte e consegue encher nossos olhos e ouvidos com o espetáculo visual deslumbrante e a boa trilha sonora.
Ridley Scott voltou ao cenário cinematográfico com força total, porém não trouxe novidades em suas bagagens!
Filme bom apenas, nada que justifique tamanha comoção!