Minha conta
    Flores Raras
    Média
    4,1
    247 notas
    Você assistiu Flores Raras ?

    39 Críticas do usuário

    5
    17 críticas
    4
    13 críticas
    3
    7 críticas
    2
    1 crítica
    1
    1 crítica
    0
    0 crítica
    Organizar por
    Críticas mais úteis Críticas mais recentes Por usuários que mais publicaram críticas Por usuários com mais seguidores
    Sidnei C.
    Sidnei C.

    115 seguidores 101 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 14 de setembro de 2013
    A primeira vez que ouvi falar em Flores Raras foi quando ele foi apresentado no último Festival de Tribeca, em Nova York, e Glória Pires recebeu muitos elogios dos críticos por sua interpretação. Foi preciso esperar um pouco até o filme chegar ao Brasil. Mas bem menos que os 17 anos que a produtora Lucy Barreto levou para ver realizado seu projeto, sempre esbarrando no preconceito em relação a uma história de amor entre duas mulheres. Neste tempo todo, uma coisa estava definida: a presença de Glória Pires no papel de Lota. Vendo o filme, não se pode imaginar outra atriz brasileira melhor para interpretá-lo. Quanto ao papel de Elizabeth Bishop, a atriz Miranda Otto não passaria pela minha cabeça, mas seu desempenho, igualmente, não poderia ser melhor.
    Flores Raras talvez tenha se beneficiado do seu longo tempo de "gestação". Neste tempo todo, o roteiro foi escrito e re-escrito muitas vezes, para chegar à forma enxuta final, onde não é possível conceber que alguma cena sequer seja excluída, ou pareça desnecessária. Além disso, é sem dúvidas o melhor trabalho até hoje do diretor Bruno Barreto. Direção segura, que conseguiu arrancar 3 ótimas interpretações do trio principal, além de uma caprichada reconstituição de época, bela fotografia, excelente trilha sonora e até o uso surpreendente e competente de recursos digitais.
    Bruno Barreto provavelmente sabia o que tinha em mãos, como produto acabado, por isso o filme está focado em conquistar o mercado internacional. Basicamente falado em inglês - justificando-se ao retratar como uma das personagens principais uma famosa personalidade americana - o filme tem estreia marcada para os Estados Unidos em novembro, onde pretende reavivar as excelentes críticas que recebeu quando exibido em diversos festivais pelo mundo, e não esconde suas pretensões de entrar na corrida das premiações. Apesar de seu tema difícil, cercado ainda de muitos preconceitos, Flores Raras consegue abordar este amor entre mulheres de uma forma natural, elegante e sensível. Os dramas e as alegrias pelos quais passa o relacionamento de Lota e Elizabeth é comum a todo tipo de relacionamento amoroso e as dificuldades estão mais ligadas a suas diferenças culturais. Há muita verdade e entrega nos papeis por parte das atrizes, facilitando o envolvimento de quem assiste, que livre de preconceitos poderá se emocionar realmente com a história. Além do mais, o filme não pretende abordar e discutir a questão do homossexualismo e sim contar uma boa história, onde a pedra de toque parece estar mais focada na questão da perda e sua aceitação.
    É interessante notar o desenvolvimento, a evolução das personagens. De início, de aparência e atitude tão frágeis, Elizabeth demonstra ao longo do tempo um preparo maior para lidar com a perda e as transformações da vida - muito provavelmente porque já havia vivido isso na infância, como mostra o filme. Lota, ao contrário, tão firme, determinada e aparentemente tão auto-suficiente, acabará sucumbindo aos revezes da vida, demonstrando uma fragilidade insuspeita.
    O filme não possui a mesma densidade dramática que Brokeback Mountain - cujo mote era não se permitir a felicidade frente às convenções da sociedade - ou Direito de Amar - cujo mote era permitir-se um novo relacionamento após a dor da perda. Flores Raras está mais para a linha de Milk - A Voz da Igualdade, onde o mais importante é a história de pessoas interessantes que, eventualmente, são homossexuais, mas sem ser este o interesse principal do filme. Li um crítico comentar que este talvez seja o principal mérito do filme: ao abordar esse assunto não levanta bandeiras ou soa panfletário.
    Lota de Macedo Soares ou Elizabeth Bishop foram mulheres talentosas e reconhecidas pelo seu trabalho numa época em que a maioria quase absoluta das mulheres buscavam ser apenas boas esposas ou donas-de-casa. Por si só, descobrirmos a história individual e o talento de cada uma dessas mulheres já seria motivo suficiente para tornar o filme interessante. Flores Raras consegue, a seu modo, proporcionar ao espectador aquele prazer de assistir um bom drama que somente ocorre, às vezes, dentro da sala de cinema. E demonstra, inequivocamente, que o cinema brasileiro atingiu a sua maturidade.
    Wagner Brotto
    Wagner Brotto

    5 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 7 de setembro de 2013
    Sempre lia as poesias pela minha ótica!

    Procurava sempre um ponto de contato, um link ou uma emoção que me levasse a mim mesmo.

    Fabricava meus filminhos mentais, através da poesia alheia.

     Isso se deve, talvez, pelo fato de ter lido poesias de poetas mortos!

     Mas não é argumento. Já li poesia de poetas vivos e cai na mesma tentação!!! Rsrsrs

     Mas ontem, pela primeira vez, tive a oportunidade de ler uma poesia através dos olhos do poeta, uma poetisa na verdade, que a escreveu.

     Foi uma experiência única. Deu pra entender de verdade a arte de ser poeta. A arte de traduzir em palavras: pensamentos, sentimentos e emoções.
    Cristiano R.
    Cristiano R.

    11 seguidores 9 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 5 de setembro de 2013
    O início do filme da pra bocejar sem nem fazer esforço. Mas conforme vc vai se acostumando com os personagens vai dando pra gostar. Gloria Pires se esforçou bastante mas o inglês dela é estranho. A trama é bem feita, com cenas picantes. Um bom filme, nada mais que isso.
    Victor O.
    Victor O.

    3 seguidores 6 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 2 de setembro de 2013
    Filme muito bem dirigido!
    Atrizes em sintonia !
    Destaque para a Direção de Arte e para as atuações de Glória Pires e principalmente de Miranda Otto !
    Igor R.
    Igor R.

    13 seguidores 3 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 1 de setembro de 2013
    Sensacional + impecável + justo + lindo
    Glória Pires em um papel corajoso e emocionante...
    Marcia Cristina R.
    Marcia Cristina R.

    1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 31 de agosto de 2013
    Maravilhoso e emocionante, tema muito bem abordado. Gloria Pires no tom certo: Forte, sensível e elegante. O filme me prendeu do início ao fim.
    Phelipe V.
    Phelipe V.

    480 seguidores 204 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 31 de agosto de 2013
    Flores Raras, que conta a história de amor entre uma das maiores poetizas já conhecidas, Elizabeth Bishop, e a famosa arquiteta Lota de Macedo Soares, vai muito além de ser um filme sobre tolerância ou sobre o reducionista título de "romance lésbico". De fato, é uma história real e comovente, e além de tudo isso, universal. Num ano em que tórridos romances entre mulheres estão bastante em alta, o filme de Bruno Barreto triunfa ao tratar com uma sensibilidade ímpar todos os pontos mais tensos dessa trama, sempre conservando, muito respeitosamente por sinal, a alma e aura das duas mulheres históricas que estão sendo retratadas. Mesmo em cenas mais polêmicas, o cuidado permanece. A cena de sexo entre as duas amantes, por exemplo, é muito bonita e até poética.

    No que diz respeito à parte técnica, o filme acerta em muita coisa, como por exemplo a fotografia (e a mise-en-scene), muito bem cuidada por Mauro Pinheiro Jr., que tem algumas cenas que são um primor, como por exemplo quando Lota e Bishop chegam a casa depois de terem se beijado pela primeira vez, e a câmera se divide: de um lado as novas amantes, do outro, uma Mary devastada na sala ao lado. A direção de arte situa muito bem o filme na época em que se passa, e os figurinos são igualmente bem feitos. Entretanto, a mixagem de som é falha. Há erros de dublagem que são perceptíveis, e sinceramente, não deveriam frente ao investimento no longa. Em certos momentos conseguimos identificar que tal voz ouvida não é a voz que sai da boca do personagem. Dá uma certa impressão de amadorismo.

    Embora ser correta em boa parte do longa, a montagem parece corrida em certas partes do filme, contribuindo para uma falta de desenvolvimento narrativo em algumas situações propostas. O roteiro parece ser sabotado na mesa de edição, principalmente em certas passagens como no início do desenvolvimento de Lota e Elizabeth, ou na paixão repentina que a primeira passa a ter pela segunda. Por mais que a arquiteta diga que o seu relacionamento com Mary estava acabado há muito tempo, o filme não apresentou esse desgaste para o espectador antes, dando a impressão errônea de que Lota estaria dissimulando quando confrontada por sua antiga cônjuge. Também é possível notar uma certa falta de conflito em boa parte do enredo, como se o filme estivesse querendo se alongar mais do que devia.

    Tudo isso seria um desastre completo pro filme se ali fossem atrizes menos talentosas e competentes interpretando as protagonistas. Não acontece porque elas estão incríveis, e dão tudo de si. Glória Pires acerta em cheio na composição de uma mulher com trejeitos e ações muito masculinas, e jamais caindo na caricatura comum de atrizes que interpretam esse tipo de personagem. A ambiguidade nos ideais da personagem também é preservada na atuação da atriz. Sem dúvidas, uma grande performance.

    Mas o filme é mesmo de Miranda Otto. E não só por girar em torno da poetiza, mas porque a interpretação da atriz é extremamente nuançada e sutil. Então, logo compramos a profunda tristeza que Elizabeth sente por não ter-se conectado a ninguém até conhecer Lota, e conseguimos compreender muito bem o fascínio que aquela mulher forte, decidida e cheia de amor pelo trabalho que faz, provoca na mais frágil. Inclusive aceitando todos os arroubos egoístas e até machistas da companheira.

    Por isso é tão bonita a virada que o final nos dá. Lota, a mais forte, quando não tem mais no que se apoiar e percebe que não terá mais o grande amor de sua vida, sucumbe; enquanto isso, a mais fraca, aquela que sempre precisou de rédeas na vida para não sucumbir, simplesmente segue com sua vida. E se vê pronta pra terminar um dos poemas mais bonitos de sua carreira, que resume muito bem a tônica de toda essa história de amor: a arte de perde não é nenhum mistério, mesmo que possa parecer (escreva!) desastre.
    Carmem L.
    Carmem L.

    7 seguidores 3 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 18 de setembro de 2013
    Gostei muito do filme pois trata de um amor entre duas pessoas realmente raras.
    Já era sem tempo fazer jus a Lota de Macedo Soares, mulher criativa e visionária e que por conta do machismo e preconceito foi esquecida ao longo da História.
    Acho que no final poderia ter sido mencionado o ano do seu falecimento e um reforço de que o Parque do Flamengo só existe por causa dela, que brigou muito para realizá-lo.
    Enquanto uma era poeta das palavras a outra era do gesto e da ação, inclusive em relação a iluminação do aterro.
    Um poema a vida.
    Constance v.
    Constance v.

    5 seguidores 3 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 26 de agosto de 2013
    Há filmes de vários gêneros: drama, comédia, romance, animação, terror, etc. Existem, mais que isso, filmes bons e ruins, em uma escala variável entre maravilhosos e péssimos, em cujo meio estão os filmes comuns, os blockbusters, em safras cada vez maiores. Há, ainda, filmes que por motivos distintos, positivos ou negativos, tornam-se eternos. Bruno Barreto, diretor brasileiro, resolveu contar uma história ousada, e que poderia ser alvo de críticas impiedosas unicamente por tocar em um assunto delicado em uma sociedade ainda tão preconceituosa e tacanha: a homossexualidade feminina. Barreto poderia ter feito uma narrativa de amor lésbico para atingir um público específico, ou poderia tratar com diferença e estranheza a história de um casal célebre, evidenciando os motivos pelos quais as duas mulheres se distinguiam de tantos outros casais mais tradicionais. Mas o diretor preferiu conferir naturalidade ao que, de fato, não merecia outro tratamento: a história de Lota de Macedo Soares e Elizabeth Bishop chega às telas revisitada, sob um olhar tão sensível e delicado que é capaz de emocionar o mais cético ou preconceituoso dos espectadores. Vejamos os motivos.

    Década de 1950, Rio de Janeiro, Brasil: duas mulheres se conhecem, como mulher e mulher, em uma situação incômoda e pouco provável. Juntas, enfim, vivem com naturalidade a relação que projetam como quem ergue uma construção – como a arquiteta Lota – ou como quem enxuta as palavras em busca de versos precisos – como a poetisa (ou poeta) Elizabeth: elas têm minúcia, bom gosto e objetividade em cada tijolo que depositam na obra final. No filme, Lota é interpretada pela majestosa Glória Pires, e Bishop ganha o rosto de Miranda Otto, atriz australiana de primeira grandeza. Donas de personalidades aparentemente distintas e absolutamente complementares, ao longo da sequência, as características de uma e outra vão se misturando, e por vezes até se alternando, mostrando como a evolução do tempo em uma relação afetiva é capaz de alterar o mais sólido caráter. A força, a fraqueza, a firmeza, a maleabilidade, o carinho, o desprezo, a humilhação e o perdão – a traição, a reconciliação, os vícios e as virtudes – são alguns dos temas tratados. Sim, temas, porque não são apenas elementos. Vários desses são discutidos com profundidade suficiente para um filme que se pretende mais popular que restritivo. Evidentemente, há diálogos que poderiam ser mais bem construídos, mais longos, mais emocionados; mas, para o que pretende, o longa de Barreto é impecável e arrebatador.

    Grande mérito para a universalidade que o filme atinge: muitos se sentirão representados. Facilmente um casal, seja ele de que orientação (sexual, etária, etc) for, poderá ver suas mazelas e conquistas impressas na tela. O amor de Lota e Elizabeth tem a silhueta específica das duas, mas projetam a sombra da generalidade de qualquer relacionamento que nasce entre duas partes que se desejam profundamente e que buscam se entender e estar unidas, mesmo que com obstáculos a saltar. As dificuldades são comuns a todos os enlaces afetivos, e o sucesso nem sempre é garantido – a tentativa de prosperar, porém, é o que interessa no recorte de “Flores Raras”. O fracasso, também. Bem como o ato de “perder”, que é revisitado e ressignificado, oscilando entre causa e solução dos problemas do casal.

    Elementos visuais são delicadezas com que o espectador é brindado: desde o vestuário, ao mobiliário, às tomadas externas em um Rio de Janeiro antigo e tão diferente do que hoje se conhece. Mas o grande trunfo da produção está nas interpretações de Glória e Miranda. Impossível ficar distante ou insensível aos dramas das duas mulheres, tão fortes, mas tão desprotegidas. Bem como difícil é se manter apático às comoventes cenas de carinho, desejo e cumplicidade que acompanham o passar dos anos das protagonistas. Aplausos para a desenvoltura de Glória Pires no uso do inglês, nas cenas mais íntimas (e novas para a atriz) e nos trejeitos que mostram que ela está em sua melhor fase profissional. Reverências aos olhares significativos (que evoluíram com a trama) de Miranda Otto, mostrando um interior que a personagem não conseguiria expressar de outra forma, nem mesmo em seus versos. Se Glória atingiu uma capacidade impressionante de se transformar de acordo com que o papel lhe pede, Miranda mostra a grandiosidade que é trazer verdade à personagem – ela vive a angústia, a alegria, o medo e a tristeza com toda a verdade que é possível. A brasileira constrói uma Lota irreverente e admirável, a australiana proporciona que Elizabeth Bishop ganhe voz mais uma vez, para além do tempo em que se fez “ouvir” por meio de seus versos.

    Ambas conquistaram êxito na “vida real”: Lota construiu seu parque, no Aterro do Flamengo; Elizabeth venceu o prêmio Pulitzer de poesia. Elas conseguiram, mais que isso, escrever juntas uma história verdadeira – venceram preconceitos e os desafios de enfrentarem a si mesmas. Das diferenças profissionais, de posições políticas e até mesmo de escolhas familiares, às semelhanças que encontraram na convivência, o amor de Lota e Elizabeth foi eterno enquanto viveu – e por isso pode servir de inspiração para a belíssima obra cinematográfica de Bruno Barreto.

    Se um dia o cinema nacional vibrou com “Central do Brasil”, que consagrou (com toda justiça) o talento de Fernanda Montenegro, não é cedo para dizer que “Flores Raras” atingiu um patamar de sensibilidade e qualidade semelhante. E não seria ingenuidade admitir que Glória Pires desponta a cada dia como a nova grande atriz do cinema brasileiro. Barreto consagra-se como diretor de sentidos apurados. E o cinema nacional ganha mais uma chance de respirar fundo e mostrar a que veio, para além das comédias prontas e dos aclamados favela-asfalto. “Flores Raras” certamente não atingirá as cifras de um “Tropa de Elite”, ou a fama do já citado “Central do Brasil”, por motivos óbvios (a resistência à temática; e o gênero dramático, menos apelativo/chamativo), mas entra para o seleto grupo de filmes deslumbrantes produzidos em nossa terra. Quanto orgulho!
    Bárbara C.
    Bárbara C.

    6 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 25 de agosto de 2013
    Um pouco parado como todo drama, mas prende a atenção, paisagens lindas, mensagens reflexivas e excelente atuação de todo elenco!
    Quer ver mais críticas?
    • As últimas críticas do AdoroCinema
    • Melhores filmes
    • Melhores filmes de acordo a imprensa
    Back to Top