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    Um Santo Vizinho
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Um Santo Vizinho

    Fora da zona de conforto

    por Renato Hermsdorff

    Que tipo de lição uma criança de 12 anos poderia aprender em uma banca de apostas, matemática? Seria possível ela desenvolver noções de estudos sociais em... um bar? E um clube de strip-tease, de que serviria para o tal infante? Uma aula de comércio. Ou seria biologia?

    As comédias dramáticas (as "dramédias") fazem sucesso não é de hoje, mas cada vez têm ganhado espaço, inclusive nos círculos das premiações (Pequena Miss Sunshine, Minhas Mães e Meu Pai, O Artista, O Lado Bom da Vida). Com o carismático Bill Murray no elenco, então... 

    Em Um Santo Vizinho, ele volta ao papel de protagonista. No filme de Theodore Melfi, mais conhecido pelo ofício de produtor (inclusive de Amor por Acaso, longa do brasileiro Márcio Garcia), que estreia na direção de longas-metragens, William James Murray é Vincent, um sujeito politicamente incorreto que se vê obrigado (pela falta de dinheiro) a cuidar da criança citada – o também estreante Jaeden Lieberher, em uma rara atuação infantil comovente – depois que a mãe dele (Melissa McCarthy) se divorcia e muda para a casa ao lado.

    Vincent bebe, fuma, aposta, faz sexo com prostitutas grávidas (na verdade, só com uma), mas tem um bom coração. Bom, não literalmente, exatamente. (E aqui vai um alerta de leve spoiler). Lá pelas tantas, o personagem sofre um derrame, o que exige uma performance (mais ou menos) dramática do ator. Se você é fã de Murray, não precisa sofrer. Ele dá conta do papel (sem perder a piada), mesmo quando o personagem tem parte da musculatura paralisada. Mas há uma gordura de sentimentalismo na trama que poderia facilmente ser cortada.

    Por outro lado, arrancadas de suas zonas de conforto, McCarthy e Naomi Watts são duas ótimas surpresas neste St. Vincent (no original). A comediante sustenta com firmeza o papel mais sério, e a outra, acostumada a filmes densos, como O Impossível, está hilária como Daka, a prostituta grávida (a tal) que, como se não bastasse, ainda é russa – e o sotaque que ela faz é impagável.

    Filme visto no 39º Festival Internacional de Cinema de Toronto, em setembro de 2014.

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    Comentários

    • gsaugen .
      Basta não ler ! Você conseguiria redigir crítica sem citar personagens/características do filme ???
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