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    Amor e Monstros
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Amor e Monstros

    Um homem, um cachorro e muitos monstros

    por Katiúscia Vianna

    Dylan O'Brien é uma figura acostumada a enfrentar monstros, afinal foi um dos protagonistas da série Teen Wolf, lidando com inimigos sobrenaturais. Ao mesmo tempo, o moço também é experiente em correr para salvar a própria pele, por conta da franquia Maze Runner. Em seu mais recente projeto, Amor e Monstros, o ator reúne tais características novamente, só para uma pegada mais catastrófica.

    A trama de Love and Monsters (no original) é ambientada sete anos após um apocalipse, onde diversos monstros invadiram a Terra e mataram 95% da população. Desde então, o restante da humanidade mora em colônias subterrâneas, levando a vida como podem. Durante todo esse tempo, Joel Dawson (O'Brien) tenta entrar em contato, através do rádio, com sua namorada de juventude, Aimee (Jessica Henwick). Ao descobrir onde ela está, o protagonista decide ir até sua colônia para reencontrá-la. Isso significa sobreviver sete dias na superfície, cercado por seres gigantes que desejam matá-lo. 

    Amor e Monstros lembra o mundo de Zumbilândia

    A primeira vista, a trama de Amor e Monstros apresenta diversas similaridades com Zumbilândia; bastando apenas subsituir os antagonistas da história. Trata-se de um jovem medroso, porém simpático, tentando sobreviver, enquanto encontra outros sobreviventes: um homem mais velho, sábio e meio estranho (Michael Rooker, de Guardiões da Galáxia), uma criança sagaz (Ariana Greenblatt, maravilhosa) e um interesse amoroso bad ass (Henwick). Logo, sua história não é a coisa mais revolucionária que existe no planeta. Mas isso não significa que seja uma decepção.

    Tendo dito isso, o grande trunfo do filme dirigido por Michael Matthews é que ele sabe dosar seus momentos de humor com muita emoção. Ao invés de focar nos monstros (como muitos filmes do gênero cometem tal erro), o coração da trama está na humanidade de seus sobreviventes. Os diálogos do roteiro de Brian Duffield (A Babá) e Matthew Robinson (Dora e a Cidade Perdida) carregam muita sinceridade, fazendo o público se identificar rapidamente com os personagens, com momentos geniunamente engraçados.

    Curiosidade: Matthews afirma que sua inspiração não veio de Zumbilândia, mas sim do game The Last of Us (que vai virar série de TV). E é possível ver isso, pelo menos, no figurino de Joel, que parece muito com o visual de Ellie no popular jogo.

    Dylan O'Brien e efeitos especiais são os destaques de Amor e Monstros

    É impossível não dar crédito para Dylan O'Brien, que carrega boa parte de Amor e Monstros em suas costas, junto com o cachorro Boy (vivido por dois doguinhos que roubam a cena, Hero e Dodge). Mais uma vez, ele prova ter grande talento cômico, porém ainda sabe mandar bem nos momentos mais dramáticos — por exemplo, o medo extremo que Joel sente, algo capaz de paralisá-lo, mas que também faz seu corpo todo tremer. Nesse estilo, parece um pouco como uma versão evoluída de Stiles, seu personagem em Teen Wolf, então o papel parece ter sido feito, perfeitamente, para ele. 

    Claro que o filme também merece reconhecimento por seus efeitos especiais, que criam tipos diferentes de monstros ameaçadores. Não é a toa que eles receberam uma indicação ao Oscar 2021: aqui, servem para a história e não ficam roubando os holofotes, apenas ajudam a contar a narrativa da melhor forma possível, construindo tal universo. Para isso, existe o cuidado de caracterizar bem tais bichos gigantes, mas ainda proporcionar expressões reconhecíveis para cada um deles.

    Amor e Monstros deixa a porta aberta para uma sequência? Sim. Precisa? Não. Mas eu ficaria ofendida em ver uma continuação? Também não. Esse é um dos melhores elogios que um filme pode ter...

     

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