Annie: Crítica AdoroCinema

Após fazer sucesso nos palcos da Broadway, o musical Annie chegou aos cinemas pela primeira vez em 1982, com direção de John Huston e com a presença de Albert Finney no elenco. O filme não foi uma unanimidade, conseguindo a proeza de receber indicações ao Oscar e ao Framboesa de Ouro no mesmo ano. Agora, a história da garotinha órfã que é chamada para passar uns dias na casa de um executivo de sucesso volta as telonas. O resultado, no entanto, não foi muito melhor. Annie (2014) são só ficou sem indicações ao Oscar como ainda concorre em duas categorias no Framboesa, incluindo Pior Atriz Coadjuvante para Cameron Diaz.

Produzido por Will Smith e Jay-Z, a nova versão ganhou destaque na mídia por ser protagonizada por atores negros, mostrando que Hollywood ainda tem muito a evoluir. Afinal, não importa que são atores negros, importa que são excelentes atores: Quvenzhané Wallis e Jamie Foxx. O problema é que nem esta dupla foi capaz de salvar a produção. A atriz de Indomável Sonhadora é bonitinha e até canta bem, enquanto que o vencedor do Oscar por Ray também mostra uma boa desenvoltura. Mas... são poucos os outros elementos que merecem elogios na produção.

A direção de Will Gluck (do bom A Mentira e do irregular, mas divertido Amizade Colorida) é bem inconstante e sem personalidade. Temos um filme que não emociona e nem diverte. Tão pouco empolga com suas músicas. Mesmo temas clássicos como "Tomorrow" surgem de forma aborrecida.

Annie é um filme sem conflito significativo. Mas tão sem conflito que o roteiro investe em um em seu ato final só para justificar um momento de redenção, que todo mundo já sabia que iria acontecer. O sonho de Annie em conhecer os pais verdadeiros é mostrado de forma pouco emotiva.

Ao lado de um grupo de garotas, Annie (Wallis) vive em um lar temporário administrado por uma rancorosa mulher (Cameron Diaz). Determinado dia, Annie cai na rua e quase é atropelada, sendo salva no último instante pelo bilionário Will Stacks (Foxx), que está concorrendo ao cargo de prefeito de Nova York. Fotos dele salvando a garota chegam na mídia e ele acaba incentivado a utilizar a menina para subir nas pesquisas. Ele acaba levando ela para morar em seu grande apartamento de luxo. Com o passar do tempo, é claro, os dois vão se aproximando.

O elenco conta ainda com as presenças de Rose Byrne, Bobby Cannavale e David Zayas. Mas legal mesmo são as participações especiais de Mila Kunis, Ashton Kutcher e Rihanna, em paródia de Crepúsculo.

Tudo é muito simplório e até bobo. A montagem mescla números musicais decepcionantes com cenas que lutam para ser bonitinhas e divertidas; mas que não conseguem. Fotografia, direção de arte, figurino... Nada conquista o espectador. Um filme destinado ao esquecimento.