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    Possessão
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Possessão

    Tensão garantida

    por Roberto Cunha

    Não adianta tapar o sol com a peneira ou fazer o sinal da cruz. Goste ou não de filmes com histórias sobre exorcismo, eles já têm um público cativo e o mérito, sem medo de errar, é do clássico O Exorcista (1973), que apavorou (e ainda apavora) muita gente. Possessão investe nessa pegada em pleno 2012 e as obras com quase 40 anos de separação possuem um elemento sinistro em comum, pois foram baseadas em fatos reais. Ou seja, para bom entendedor, uma palavra basta: medo.

    O longa conta a história de uma pré-adolescente que entrou em contato com uma caixa misteriosa e um espírito maligno, que consome sua vítima (ela) depois de possuída. Desconfiado da mudança de comportamento pra lá de bizarro da filhota, o pai começa a investigar e descobre que a raiz do problema em uma lenda judaica sobre um espírito Dybbuk, já citado no fraco Alma Perdida (2009). Para dar mais peso na trama, existe uma crise entre ele e a ex-esposa chatonilda, mas pode apostar, isso é o que menos importa porque o lance aqui é não é cair no drama, é embarcar no terror.

    Produzido pelo cultuado cineasta Sam Raimi (da trilogia Homem-Aranha e Arraste-me para o Inferno), o roteiro do casal Juilet Snowden e Stiles White não inova, mas funciona e não faltarão bons sustos. Com efeitos especiais bem legais, algumas cenas são visualmente fortes, com câmera e tecnologia operando um pacto perfeito. Algumas sequências são de arrepiar, como a das mariposas pela casa, aquela com a jovem e o padrasto e, principalmente, ela com a mãe na cozinha. A cena "goela abaixo", mesmo tendo sido exibida no trailer ainda impressiona. Imagine se não tivesse. Vixe!

    No elenco, rostos conhecidos como Jeffrey Dean Morgan e Kyra Sedgwick no papel dos pais separados, mas é a jovem desconhecida Natasha Calis que dá show. Aliás, o galã Grant Show (o Jake do seriado Melrose Place) faz ponta como dentista e seu destino (cá entre nós) parece maldição de criança traumatizada com o consultório e sua indefectível maquininha dos infernos.

    De negativo, uma edição que insiste no uso de um corte rápido para o preto, acompanhado de um acorde de piano em tom grave. Pode não ser grave (o problema), mas qualquer outra opção seria melhor do que essa, que quebra o ritmo. Portanto, se chegou até aqui e não foi "possuído" por nenhum desejo de parar a leitura, siga em frente e encare o demônio Abyzou, o tomador de crianças. E o meu "bizu" é o seguinte: aproveite! A tensão está garantida.

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