Martin Scorsese parece ter aquela intimidade com alguns atores que, automaticamente, quando se lê o seu nome em alguma direção, logo se pensa no ator que estará no papel principal. Talvez, fosse assim com o De Niro e, é agora com Di Caprio, dois nomes fortes na filmografia do diretor.
No Lobo de Wall Street não é diferente, o diretor traz o grande ator (mas que nunca venceu o Oscar) Leonarod di Caprio, para interpretar a cinebiografia mais louca, imoral e pervertida da história. baseada no livro biográfico de Jordan Belfort, esse filme é tão louco que um dos primeiros pontos que Martin tenta deixar bem claro e escreve nas entrelinhas do filme inteiro é: acredite se quiser, não sou que estou contando.
O diretor traz já no começo do filme e faz com que decorra junto com o filme, a narração em off do próprio Jordan Belfort, como se a história fosse contada por ele em uma roda de amigos e que está sujeita a exageros e erros na descrição da história. Como por exemplo, no erro da cor da Ferrari, dá bem para ver aquele pingo de dúvida imposta a história, como se, para quem assiste o que restasse era se perguntar: mas, será que isso aconteceu de verdade?
É claro que você vai duvidar, pois três horas de loucuras com drogas, mulheres, dinheiros, anões, aviões, picaretagem, álcool e mais, mas muito mais, drogas e sexo são quase que inimagináveis, mas acompanham todo o filme como aquela escalada que Jordan faz na bunda de uma mulher a montanha de cocaína.
Martin ainda fomenta essa questão de duvida para o filme quando traz a dualidade de Jordan e seu braço direito Donnie (Jonah Hill). Ele é ingênuo e sem experiência logo no começo, mas depois desperta todo seu lado psicótico. Além de ser viciado em drogas é também viciado em sexo, têm altos e baixos, dentro e fora da sua empresa quer crescer financeiramente, mas não se importa que outras várias pessoas percam tudo para seu benefício próprio. Donnie, não é diferente, quase que divide a mesma dualidade dentro da personalidade. Pode ser inteligente para os negócios, ambicioso, mas é arrogante e descontrolado.
Aí você coloca um toque a mais nesse filme, a comédia. É muito difícil você não rir nesse filme, pois ele é hilário o que ajuda a montar aquela questão da dúvida, se você acredita ou não na biografia do filme.
Mas um ponto importante é que, quando o filme foi lançado e no ano que concorreu ao Oscar, tinha ao seu lado várias biografias como Clube de Compras Dallas ou Philomena e dentre todas essas, o Lobo de Wall Street é que mais se aproxima da realidade dos acontecimentos. Portanto, veja a essa loucura duvidosa, baseada na realidade de um homem chamado Jordan Belfort.