HALLOWEEN E MÁSCARAS
Esse talvez seja um dos melhores filmes de
terror, um dos mais criativos pelo menos. O menino
Michael Myers é filho de uma garota de programa e
sofre em casa com o padrasto, e com a irmã
adolescente que traz namorado para fazer sexo em
casa. Ele já desde pequeno mata e tortura animais, o
que é sinal psicológico de algo não equilibrado.
Cheio de um amigo que faz bullyng usando a sua
mãe como motivo de chacota, esse se torna a
primeira vítima humana, de uma série de
assassinatos que se seguem, em especial de quase
toda a família, menos a mãe e a irmãzinha. O
protagonista personifica o mal ou o demônio, e
assim temos a dinâmica de vários títulos do dia das
bruxas.
Após matar familiares e desafetos, o menino
de 10 anos é internado e julgado, condenado a ficar
em um reservatório, espécie de manicômio judicial.
Vejo que muitos casos de presos são na verdade
casos de internação, na vida real. E isso não
significa falta de punição, pois a medida de
segurança em Direito Penal é punição também. Em
um dos vários filmes eles vão transferir ele quando
adulto e se diz que lá se depositam os pesadelos da
sociedade. E o seu psiquiatra, o Loomis acaba
sempre dizendo que Michael não é humano, que é a
personificação do mal. E parece, o cara leva tiro,
facada, quedas e tudo mais e não sofre nada.
Pudera, um cara que parece um armário e cheio de
sede para matar.
A linguagem psicológica do filme é muito a
dimensão do Eros e do Anteros, da vontade de viver
e de morte, haja vista que sempre ele mata as
vítimas quando estão namorando ou até em ato
sexual. E nesse último, “Halloween - O Início”,
aparecem agora nuas as moças, haja vista
classificação de 18 anos. Vejo que a vingança do
protagonista parece bem algo sexista, e parece se
vingar da situação da mãe ser profissional do sexo,
mãe esta que se suicida ao descobrir que o filho é
um monstro. Também as máscaras são uma mania
do personagem principal. E a música virou um hit
de suspense, maca registrada desde o primeiro.
Interessante que ainda menino ele fala pra mãe que
quer ficar sempre de máscara, pois se acha feio.
Vejo que eu também já tive essa ideia, uma vez que
talvez chamasse mais atenção, do que com o rosto a
mostra.
No todo o ator que fazia o filme falava com as
crianças que participavam e dizia ser ele, ser de
mentirinha e tudo mais. E outra ideia é a do “bicho
papão”, que desde sempre foi uma história contada
para crianças dormirem, ou não dormirem. No
Halloween 4 até a menina tem o seu tio chamado de
“bicho papão”. Vejo que o final desse foi bem
surpreendente, e esse vilão parece morrer, mas
nunca morre. Assim como aquele do Sexta-feira 13,
parece que o Maligno ressuscita, na imitação do
Salvador, um anticristo. Parece que a busca de
destruição é com a banalização da sexualidade, e
isso fica claro em todos os títulos, pois as mortes
ocorrem na maioria entre adolescentes namorando.
Por fim o “dia das bruxas” faz jus ao nome, apesar
de ser mais um monstro quase Frankenstein o seu
foco principal, e um filme de terror que fez escola no
cinema, com muita bilheteria nos anos 80. Maiano Soltys, autor do livro Filmes e Filosofia