Os anos 80 foram marcados por muitas tendências, entre elas personagens infantis que se tornaram verdadeiros ícones pop e dominaram o Brasil com brinquedos e inúmeros produtos estampados com seus rostos. Esse é o caso de um alienígena que, com suas bochechas gigantescas, roupas coloridas e cabelo laranja, entrou pra história da TV brasileira.
Sim, estamos falando do adorado Fofão, que apareceu pela primeira vez na televisão em 1983, no programa infantil Balão Mágico, da TV Globo. O sucesso foi tanto que a criatura do planeta fictício Fofolândia conquistou seu próprio programa diário, o TV Fofão (1986-1989), na Band, além de uma série de produtos licenciados e vendidos em todo o Brasil.
Por falar em produtos, o mais icônico deles com certeza foi o boneco, que alugou um triplex no imaginário coletivo. Uma lenda urbana afirmava que, dentro do famoso brinquedo, havia um "punhal", bem coisa de filme de terror mesmo, sabe?! Mas, na verdade, o objeto pontudo não passava de uma estrutura interna para o encaixe da cabeça.
O que talvez muita gente não saiba é que o Fofão foi muito mais do que um simples brinquedo. Ele era a principal criação de um artista apaixonado pelo que fazia e que deixou um importante legado na cultura brasileira. Saiba mais sobre ele a seguir!
Quem era o Fofão?
Inspirado em E.T., de Steven Spielberg, Fofão tinha um nome por trás: Orival Pessini (1944-2016). O humorista, cantor e artista plástico começou sua carreira no começo da década de 1960, no programa infantil Quem Conta um Conto, da TV Tupi. A partir daí, deixou a criatividade fluir e criou personagens que divertiram toda uma geração.
Divulgação/SBT
Além de Fofão, Orival também criou e interpretou os macacos Charles e Sócrates, no programa Planeta dos Macacos., e o folgado Patropi, que marcou presença em programas antigos da TV como A Praça É Nossa (SBT) e Escolinha do Professor Raimundo (Globo).
Mas toda essa fama não veio apenas de seu talento inegável para o humor, e sim também de suas caracterizações geniais. Todos os personagens tinham algo em comum: as máscaras de látex, feitas pelo próprio Orival em seu ateliê. Com elas, o artista ficava irreconhecível, e muitos fãs nem imaginavam que ele estava por trás de tantos personagens icônicos.
Com o sucesso de Fofão, ele ultrapassou as telinhas e chegou ao cinema com Fofão, a Nave Sem Rumo (1989). E não parou por aí: desfilou no Carnaval paulista em 2014, homenageado pela Rosas de Ouro, e ainda mostrou seu lado cantor em mais de oito CDs e DVDs.
Multifacetado, o personagem fez de tudo e apareceu em programas de diversas emissoras, no cinema, em revistas em quadrinhos e, como você já sabe, na música. Entre bonecos, discos, alimentos e inúmeros outros produtos, a marca de Fofão ficou eternizada, e até a nova geração já conheceu seu rosto em algum momento.
Orival Pessini faleceu aos 72 anos, em outubro de 2016, devido a problemas de saúde no pâncreas, fígado e um câncer no baço. Ele pode até ter partido, mas certamente deixou uma mensagem de criatividade, alegria e amor pelo seu ofício.